A Justiça de Angola determinou que a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) encerre as atividades de quatro templos no país. A informação é da agência de notícias Lusa. Em agosto, outros sete locais de culto da instituição foram fechados também por ordem judicial.

Segundo a fonte da agência portuguesa, todos os templos da IURD no país serão fechados, mas de "forma gradual". Há 211 locais de culto da Igreja Universal só em Luanda, capital de Angola.

O fechamento dos templos é fruto de uma investigação iniciada no final de 2016 pela Procuradoria-Geral da República (PGR) do país, que apura se a IURD cometeu irregularidades como discriminação racial, imposição de vasectomia, evasão de divisas, fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

A igreja comandada pelo bispo Edir Macedo está envolvida em outras polêmicas em Angola. Em novembro de 2019, pastores angolanos romperam com a instituição e alegaram práticas doutrinais contrárias à religião, como a exigência de vasectomia e castração química.

Em entrevista à RFI, o pastor angolano Silva Matias disse que também foi vítima de racismo. “Em uma reunião fechada, uma conferência que ele fez conosco, ele disse que nós, pretos, temos essa aparência porque nossos ancestrais, nossas mães, quando concebiam, tinham muito contato com macacos. Isso foi uma tremenda aberração e uma autêntica falta de respeito, vindo dessa pessoa que é líder fundador da igreja”, afirma.

A IURD Angola nega as denúncias e acusa os dissidentes de “ataques xenofóbicos” e outras agressões físicas. A instituição chegou a publicar uma nota dizendo que um de seus templos em Luanda foi invadido, em julho, e que um pastor da igreja ficou ferido após ser surpreendido por rebeldes dentro da igreja.

Na época, o presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta ao presidente de Angola, João Manuel Lourenço, manifestando “preocupação” com os “episódios” pedindo uma proteção maior aos membros brasileiros da igreja.