SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - As duas goianas presas na Alemanha após serem acusadas injustamente de tráfico de drogas passaram nesta quarta-feira (5) por uma audiência de custódia na cidade de Frankfurt, mas não foram soltas.

Segundo a advogada Luna Provázio, que representa a dupla, a Justiça e a promotoria alemãs pediram acesso ao inquérito completo da Polícia Federal que descobriu o esquema de troca de etiquetas no aeroporto de Guarulhos -o que levou as duas mulheres a serem associadas a bagagens com 40 quilos de cocaína.

O juiz e a Promotoria da Alemanha querem ver os vídeos que apontam a troca de etiquetas nas malas das duas brasileiras. Eles afirmam que tiveram acesso ao inquérito da Polícia Federal somente com as fotos.

Também foi solicitado acesso ao inquérito completo da PF sobre o esquema. Ontem, seis pessoas foram presas acusadas de participarem de um grupo que trocava etiquetas para conseguir enviar droga para o exterior.

Eles disseram que há fortes indícios da inocência das mulheres, mas que, para avaliarem a soltura da dupla, será necessário ver os vídeos e a íntegra do inquérito. "Até terem acesso a isso, elas permanecerão detidas.", declarou Provázio.

Juiz também solicitou que as provas sejam enviadas pelo Ministério da Justiça e pelo Itamaraty. Isso porque a PF enviou o inquérito via adido aduaneiro, e os órgãos alemães querem receber os documentos pelas vias diplomáticas oficiais.

BRASILEIRAS IAM PASSAR 20 DIAS VIAJANDO À EUROPA

Kátyna Baía, de 44, planejaram-se para passar 20 dias em diferentes cidades na Europa, começando pela capital alemã, Berlim. Elas foram presas na escala feita em Frankfurt.

Em relato ao colunista Josmar Jozino, do UOL, um dos advogados que acompanha o caso das goianas relatou que ambas sofreram humilhação ao serem presas, já que tentaram argumentar que as malas com cocaína não pertenciam a elas.

Em uma coletiva de imprensa ontem, o delegado da Polícia Federal Rodrigo Teixeira afirmou que a dupla não tem o perfil de "mula" de drogas.

"Inocentes não podem ficar presos, e ao que tudo indica elas são inocentes. O perfil dessas passageiras não se assemelha aos de mula. Elas compraram a passagem com muita antecedência, tinham seguro de viagem, não era o perfil de quem pratica esse tipo de delito", declarou.