SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Autoridades da Itália disseram nesta sexta-feira (21) ter apreendido uma carga recorde de 5,3 toneladas de cocaína que estava sendo transportada em um navio próximo à Sicília, no sul do país. O carregamento tinha valor estimado de EUR 850 milhões (R$ 4,5 bilhões) e cinco pessoas foram presas, segundo a polícia.

De acordo com o jornal italiano Corriere della Sera, trata-se da maior apreensão de cocaína já realizada na Itália. A Guardia di Finanza, uma das forças policiais que se ocupa de questões financeiras e econômicas, disse que o navio com a droga partiu da América do Sul, sem especificar o país.

Uma aeronave de vigilância flagrou na madrugada de quarta (19) tripulantes jogando grandes pacotes na água, que posteriormente foram recolhidos por um barco de pesca. O navio, então, passou a ser monitorado. Os guardas interceptaram a embarcação horas depois e encontraram a cocaína em um compartimento escondido. Dois tunisianos, um italiano, um albanês e um francês foram presos.

O governador da Sicília, Renato Schifani, disse que a operação representa um golpe duro contra o tráfico de drogas na Itália. "As drogas são um flagelo da nossa sociedade alimentada por homens sem escrúpulos que semeiam a morte esmagando esperanças e destruindo muitas famílias", afirmou.

Os cinco tripulantes detidos são acusados de tráfico internacional de drogas e levados ao presídio de Pagliarelli, na capital siciliana. Eles aguardam uma audiência, que ainda não tem data para acontecer.

Em maio, a polícia do sul da Itália anunciou a apreensão de 2.734 kg de cocaína em um porto na Calábria. O carregamento vinha de Guayaquil, no Equador, e viajaria até a Armênia após navegar pelo Mar Negro e atracar no porto de Batumi, na Geórgia. A carga, porém, foi interceptada no porto de Gioia Tauro, no sul italiano.

A Calábria é o berço da 'Ndrangheta, considerada a máfia mais rica e poderosa da Itália e que desempenha um papel central no tráfico de drogas da Europa. A organização tem representantes em mais de 40 países, incluindo o Brasil, onde um dos chefes da organização, Rocco Morabito, foi detido em 2021, na Paraíba, após fugir de uma prisão no Uruguai, em 2019.

Uma operação policial contra a 'Ndrangheta também em maio resultou em 132 prisões e apreensões em dez países, incluindo Itália, Alemanha, França e Brasil. A ação teve como objetivo enfraquecer o grupo, envolvido em casos de lavagem de dinheiro, corrupção e violência, além do tráfico de drogas.