Israel não descarta a hipótese de agir sozinho na retaliação ao Irã após o ataque ao petroleiro Mercer Street, afirmou o primeiro-ministro Naftali Bennett.

"Sentado pacificamente em Teerã e incendiando todo o Oriente Médio – estes tempos terminaram. Estamos trabalhando para o mundo se juntar a nós, mas, ao mesmo tempo, também sabemos como agir sozinhos", avisou Bennett.

"O Irã sabe o preço que vamos cobrar quando alguém ameaça nossa segurança", adicionou.


O premiê israelense fez seus comentários na terça-feira (3) durante uma visita ao Comando do Norte.

Suas declarações surgiram em meio à crescente consolidação entre os aliados ocidentais de Israel, que expressam seu apoio a Tel Aviv e condenam Teerã por seu alegado papel no ataque ao petroleiro.

Teerã negou categoricamente ter algo a ver com o ataque ao Mercer Street, um petroleiro administrado pelo bilionário israelense Eyal Ofer. O navio foi atacado no golfo de Omã em 29 de julho, resultando na morte de seu capitão romeno e de um cidadão britânico.


A OTAN divulgou um comunicado hoje (3) dizendo que condena "veementemente" o ato de agressão contra o Mercer Street, criticando o Irã, que a aliança considera "muito provavelmente responsável" pelo incidente.

"Os aliados permanecem preocupados com as ações desestabilizadores do Irã na região, e exortam Teerã a respeitar as obrigações internacionais", conforme o bloco.

O chanceler britânico Dominic Raab, que foi um dos primeiros altos funcionários ocidentais a expressar apoio a Israel na sequência do incidente, reiterou na terça-feira (3) que Londres acredita que o incidente com o Mercer Street "foi um ataque direcionado e deliberado do Irã".

 

Também hoje (3), a rádio do Exército israelense reportou que o ministro da Defesa, Benny Gantz, e o chanceler, Yair Lapid, vão se encontrar com os embaixadores dos Estados-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas na quarta-feira (4) para demonstrar, por meio de dados de inteligência, a alegada responsabilidade iraniana pelo ataque.

Irã ameaça responder


O Irã criticou as alegações israelenses e ocidentais sobre a sua responsabilidade no incidente, acusando os políticos de fazerem "acusações contraditórias, falsas e provocativas" e avisando que Teerã vai responder "imediata e fortemente" a qualquer provocação. A chancelaria do país passou a acusar Tel Aviv de influenciar a posição dos EUA sobre o assunto através do seu poderoso "lobby sionista".

O petroleiro Mercer Street chegou à costa do emirado Fujairah dos Emirados Árabes Unidos na quinta-feira (29). O navio-tanque, operado pela empresa Zodiac Maritime do bilionário israelense Eyal Ofer, foi alvo de um ataque de drone, seguido de explosão, em 29 de julho a nordeste da ilha de Masirah, em Omã.

Duas pessoas morreram no incidente: uma delas, segundo consta, era o capitão romeno e a outra um segurança britânico.