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string(3635) "SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Irã executou neste sábado (7) mais duas sentenças de morte contra participantes da onda de protestos que se espalhou pelo país no ano passado. Mohammad Mehdi Karami, 22, e Seyyed Mohammad Hosseini, 39, haviam sido condenados por assassinar um membro da Basij, milícia voluntária afiliada à Guarda Revolucionária iraniana.
Com isso, sobe a quatro o número de manifestantes executados pela Justiça. Outros 2 acusados receberam pena capital pelo mesmo caso pela Suprema Corte iraniana, 2 podem apelar da decisão, e 6 aguardam um novo processo.
A Anistia Internacional afirmou no mês passado que as autoridades iranianas defenderam o mesmo destino para ao menos 26 outros envolvidos nos protestos. A organização alega que o Estado negou a todos eles o direito a uma defesa adequada, impedindo-os de contratar seus próprios advogados, e acusa os julgamentos de serem falsos, "destinados a intimidar os participantes do levante popular que abalou o Irã".
O regime ainda é acusado de ter torturado e extraído à força confissões de ambos os condenados, o que ele nega. O advogado de Hosseini, Ali Sharifzadeh Ardakani, afirmou que seu cliente teve as mãos e pés atados e foi espancado na cabeça até desmaiar, além de ter recebido choques elétricos em diferentes partes do corpo.
A maior onda de protestos do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979 teve como gatilho a morte de Mahsa Amini, 22, ocorrida em setembro sob custódia da polícia moral, responsável por aplicar os rigorosos códigos de conduta religiosos do regime.
Amini foi detida devido ao suposto uso incorreto do hijab, o véu islâmico. A versão oficial é a de que ela morreu em decorrência de problemas de saúde prévios, mas familiares e ativistas dizem que ela foi agredida e morta por agentes enquanto estava presa.
Na sexta-feira (6), o grupo de direitos humanos Hrana afirmou que 517 manifestantes foram mortos durante os protestos -70 deles menores de idade-, enquanto 68 membros das forças de segurança vieram à óbito. Os números oficiais são de 300 mortes somando os dois grupos.
Desde o início das manifestações, as autoridades iranianas acusam forças estrangeiras, incluindo os Estados Unidos, de alimentar os protestos. Segundo o Irã, Washington se vale das manifestações para tentar desestabilizar o regime do aiatolá Ali Khamenei.
A primeira execução relacionada aos atos ocorreu em 8 de dezembro. Mohsen Shekari, 23, foi condenado por esfaquear um membro da Basij com uma machete, atear fogo a uma lata de lixo e pôr em risco a segurança pública. A segunda execução aconteceu dias depois, em Mashad, em um enforcamento público com guindaste. Majid Reza Rahnavard, 23, então detido há menos de um mês, tinha sido acusado de esfaquear até a morte dois integrantes da mesma milícia e de ferir outras quatro pessoas.
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Com isso, sobe a quatro o número de manifestantes executados pela Justiça. Outros 2 acusados receberam pena capital pelo mesmo caso pela Suprema Corte iraniana, 2 podem apelar da decisão, e 6 aguardam um novo processo.
A Anistia Internacional afirmou no mês passado que as autoridades iranianas defenderam o mesmo destino para ao menos 26 outros envolvidos nos protestos. A organização alega que o Estado negou a todos eles o direito a uma defesa adequada, impedindo-os de contratar seus próprios advogados, e acusa os julgamentos de serem falsos, "destinados a intimidar os participantes do levante popular que abalou o Irã".
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