O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, anunciou que os Estados Unidos não possuem o direito de impor condições à Teerã quanto ao acordo nuclear. “O lado com o direito de estabelecer condições quanto ao JCPOA (Plano de Ação Conjunto Global) é do Irã, uma vez que ele cumpriu todos os seus compromissos, e não os EUA ou os três países europeus (Reino Unido, França e Alemanha) que violaram os seus. Se eles querem que o Irã volte, os EUA devem cancelar todas as sanções. Vamos verificar e, se tudo for feito corretamente, voltaremos aos nossos compromissos”, declarou.

Segundo comunicado publicado no site oficial do líder iraniano, Ali Khamenei ainda disse que os Estados Unidos precisam cancelar as sanções não no papel ou em palavras, mas na realidade. 

Anteriormente o governo de Washington já havia afirmado que o Irã deve retornar ao cumprimento de suas obrigações no âmbito do acordo e que, neste caso, os EUA fariam o mesmo. A Casa Branca também informou recentemente que o presidente norte-americano Joe Biden tem a intenção de discutir com os seus aliados os planos das negociações com Teerã.

Mas, em contrapartida, o Irã garantiu que as negociações com Washington não fazem parte dos seus planos e que qualquer progresso neste sentido depende de medidas práticas dos EUA. 

O Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) foi realizado em 2015, entretanto não completou nem três anos de existência. Em 2018, durante a administração do ex-presidente Donald Trump, foi comunicada sua saída unilateral do acordo nuclear, na qual foi alegada a violação do documento por parte do Irã, embora as inspeções internacionais tivessem confirmado que não houve incumprimento. A partir de então, Washington retornou à política de "pressão máxima" contra a nação persa. Isso acarretou Teerã iniciar gradualmente o aumento da produção de urânio enriquecido.