CONFLITO


O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Abbas Mousavi, declarou que os Estados Unidos financiam com o dinheiro dos contribuintes as atrocidades do grupo anti-iraniano Mujahideen (MEK/MKO, na sigla em inglês). O porta-voz da chancelaria acrescentou ainda que os EUA e a Europa são apoiadores do Mujahideen e de seus crimes de terror.

Além disso, de acordo com a agência de notícias Tasnim, a chancelaria iraniana rejeitou o relatório anual sobre terrorismo do Departamento de Estado norte-americano como "insincero", que foi publicado na última quinta-feira. "A República Islâmica do Irã rejeita categoricamente e condena os relatórios anuais dos EUA a respeito do terrorismo porque esse regime está transferindo descaradamente a culpa para outros, é totalmente insincero e tem dois pesos e duas medidas na luta contra o terrorismo", comentou Mousavi. O porta-voz iraniano denunciou as sanções unilaterais de Washington e o "terrorismo econômico" contra o Irã como o mais recente exemplo das "medidas terroristas contra nações independentes" da administração dos EUA. "O regime dos Estados Unidos da América, que são conhecidos como os maiores patrocinadores estatais do terrorismo e os principais patrocinadores do agressivo e ocupante regime sionista não estão em posição de afirmar estar lutando contra o terrorismo e fazer julgamentos sobre esta questão.", apontou Mousavi
 
O Ministério das Relações Exteriores do Irã também divulgou no Twitter que a organização Mujahideen é um "culto de terror" e que a Europa é o lar desta entidade desonesta. E, que, os Estados Unidos e a Europa estavam assim ajudando e incentivando as ações da organização e ambas têm mão no massacre de iranianos inocentes perpetrado pelo MEK. Além disso, Abbas Mousavi ainda relembrou que há 39 anos, o presidente do Supremo Tribunal da Justiça do Irã, aiatolá Beheshti, juntamente com mais 72 pessoas, foram assassinados por uma bomba na sede do Partido da República Islâmica do Irã, em Teerã, durante uma reunião de líderes partidários. Na ocasião, Teerã denunciou o grupo Mujahideen pelo ataque, que vem sendo responsabilizado por outros diversos atentados terroristas contra civis iranianos e funcionários do governo desde a Revolução Islâmica no Irã, em 1979. Em janeiro de 2009, a União Europeia decidiu retirar o Mujahideen de sua lista de organizações terroristas.


Já os Estados Unidos removeram o MEK de sua lista de organizações terroristas estrangeiras em 2012, quando o Departamento de Estado norte-americano se pronunciou dizendo que Hillary Clinton, então secretária de Estado, tomou a decisão em vista da "renúncia pública do MEK à violência, a ausência de atos terroristas confirmados pelo grupo por mais de uma década". Na época, o líder do Mujahideen em Paris, Maryam Rajavi, congratulou a decisão em uma declaração, prometendo intensificar sua campanha internacional contra o governo iraniano.


O governo de Teerã atravessa dificuldades econômicas desde que os EUA se retiraram unilateralmente do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) de 2015, conhecido como o acordo nuclear iraniano, e tornaram a impor severas sanções contra os setores bancário e energético do Irã. Exatamente um ano após este acontecimento, Teerã anunciou que havia suspendido algumas de suas obrigações no âmbito do JCPOA, mas afirmando que não quer deixar o acordo.