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Um ataque israelense hoje na zona humanitária de al-Mawasi, no centro-sul da Faixa de Gaza, matou 11 palestinos, incluindo quatro crianças, além de deixar 15 feridos. Entre as vítimas também estão o diretor-geral da polícia no sul de Gaza, Mahmoud Salah, e o diretor do departamento de Investigações Gerais da mesma instituição, Hussam Shahwan. Ambos eram responsáveis por garantir a ordem na área e evitar atos de vandalismo na distribuição de ajuda humanitária.
Até o momento, o número total de mortos em Gaza nesta quinta-feira (2) já subiu para 63, uma vez que o exército de Israel tem efetuado amplas ofensivas em várias regiões de todo o enclave. Entre os ataques realizados foi no campo de refugiados de Jabalia, no norte, que vem sendo repetidamente atacado nos últimos dias e, ainda um bombardeio que atingiu oito homens palestinos no centro de Gaza, que eram membros de comitês locais que ajudam a proteger os comboios de ajuda, segundo o Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, que recebeu os corpos. Um repórter da agência norte-americana Associated Press no hospital confirmou o número de vítimas.
As autoridades médicas de Gaza também comunicaram a morte de 28 pessoas no primeiro dia do ano.
Enquanto isso, o presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Jagan Chapagain, apelou ao acesso imediato da ajuda humanitária a Gaza, em meio de relatos de mortes de recém-nascidos e bebês por hipotermia. “Os recentes relatórios da ONU sobre bebês que morrem de hipotermia em Gaza sublinham a gravidade crítica da crise humanitária que aí se vive. Reitero com urgência o meu apelo para que seja concedido acesso seguro e sem entraves aos humanitários, para que possam prestar assistência que salve vidas. Sem acesso seguro, as crianças morrerão de frio. Sem acesso seguro, as famílias morrerão à fome. Sem acesso seguro, os trabalhadores humanitários não podem salvar vidas”, afirmou Chapagain.
ONU alerta sobre crimes de guerra contra hospitais
As Nações Unidas disse que Israel realizou pelo menos 136 ataques contra 27 hospitais e 12 outras instalações médicas em Gaza desde o início da guerra, cometendo possíveis crimes de guerra e contra a humanidade. De acordo com o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, somente os ataques entre outubro de 2023 e 30 de junho de 2024, causaram a morte de aproximadamente 500 profissionais de saúde.
"Os ataques mortais a hospitais dentro e à volta de Gaza, e os combates associados, colocaram o sistema de saúde à beira do colapso total, com um efeito catastrófico no acesso palestino aos cuidados de saúde", apontou o relatório divulgado pela ONU.
Por sua vez, o governo israelense justificou a maioria destes ataques alegando que os hospitais são usados para fins militares por grupos armados palestinos, mas, de acordo com as Nações Unidas, não apresentou provas suficientes para estas alegações, utilizando, mesmo argumentos por vezes contraditórios.
No entanto, o relatório destaca que, mesmo no caso dos trabalhadores da saúde e as suas instalações poderem ser considerados objetivos militares em circunstâncias excepcionais, qualquer ataque deve respeitar os princípios da distinção, proporcionalidade e precaução. Se os ataques não respeitarem estes princípios ou se forem ações diretamente intencionais sem qualquer justificação, Israel poderá incorrer em crimes de guerra.
“Os ataques contra o sistema de saúde palestino levantam questões sobre o cumprimento por parte de Israel do direito internacional, que protege especificamente o pessoal médico e os hospitais, desde que não cometam atos prejudiciais ao inimigo fora da sua função humanitária", diz o documento da agencia das Nações Unidas.
"O único refúgio onde os palestinos deveriam se sentir seguros se tornou uma armadilha mortal", lamentou Türk, que apelou a todas as partes para que respeitem a inviolabilidade das instalações e do pessoal de saúde em todos os momentos.
“Israel iniciou esse tipo de ofensiva com um primeiro grande ataque contra o hospital, o al-Shifa, que era o principal de Gaza. Um segundo amplo ataque a unidade de saúde, em março de 2024, deixou o hospital em completa ruína. Após a retirada do exército israelita daquela instalação, foram encontradas valas comuns nas instalações do hospital com pelo menos 80 corpos, incluindo os de doentes que ainda tinham cateteres no corpo”, indica o documento da ONU.
"É essencial que haja uma investigação independente, completa e transparente sobre todos estes incidentes, e que haja uma total responsabilização por todas as violações do direito internacional e dos direitos humanos", exigiu Türk, que também pediu a libertação de todos os profissionais de saúde ainda detidos, como o diretor do Hospital Kamal Adwan.
As Nações Unidas advertem que a destruição deliberada destas instalações implica uma forma de punição coletiva para toda a população de Gaza. “As informações oferecidas pelas autoridades israelenses para justificar os ataques são vagas e inconcretas, e se realmente se confirmar que os grupos armados palestinos estavam abrigados em hospitais ou clínicas, também estariam a incorrer em crimes de guerra por usarem civis para protegê-los de ataques” dizem os especialistas da organização.
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Até o momento, o número total de mortos em Gaza nesta quinta-feira (2) já subiu para 63, uma vez que o exército de Israel tem efetuado amplas ofensivas em várias regiões de todo o enclave. Entre os ataques realizados foi no campo de refugiados de Jabalia, no norte, que vem sendo repetidamente atacado nos últimos dias e, ainda um bombardeio que atingiu oito homens palestinos no centro de Gaza, que eram membros de comitês locais que ajudam a proteger os comboios de ajuda, segundo o Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, que recebeu os corpos. Um repórter da agência norte-americana Associated Press no hospital confirmou o número de vítimas.
As autoridades médicas de Gaza também comunicaram a morte de 28 pessoas no primeiro dia do ano.
Enquanto isso, o presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Jagan Chapagain, apelou ao acesso imediato da ajuda humanitária a Gaza, em meio de relatos de mortes de recém-nascidos e bebês por hipotermia. “Os recentes relatórios da ONU sobre bebês que morrem de hipotermia em Gaza sublinham a gravidade crítica da crise humanitária que aí se vive. Reitero com urgência o meu apelo para que seja concedido acesso seguro e sem entraves aos humanitários, para que possam prestar assistência que salve vidas. Sem acesso seguro, as crianças morrerão de frio. Sem acesso seguro, as famílias morrerão à fome. Sem acesso seguro, os trabalhadores humanitários não podem salvar vidas”, afirmou Chapagain.
ONU alerta sobre crimes de guerra contra hospitais
As Nações Unidas disse que Israel realizou pelo menos 136 ataques contra 27 hospitais e 12 outras instalações médicas em Gaza desde o início da guerra, cometendo possíveis crimes de guerra e contra a humanidade. De acordo com o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, somente os ataques entre outubro de 2023 e 30 de junho de 2024, causaram a morte de aproximadamente 500 profissionais de saúde.
"Os ataques mortais a hospitais dentro e à volta de Gaza, e os combates associados, colocaram o sistema de saúde à beira do colapso total, com um efeito catastrófico no acesso palestino aos cuidados de saúde", apontou o relatório divulgado pela ONU.
Por sua vez, o governo israelense justificou a maioria destes ataques alegando que os hospitais são usados para fins militares por grupos armados palestinos, mas, de acordo com as Nações Unidas, não apresentou provas suficientes para estas alegações, utilizando, mesmo argumentos por vezes contraditórios.
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