Rios de lava quente, fragmentos de rocha e gás escorreram pelos flancos do vulcão La Soufriere, na pequenina ilha caribenha de São Vicente, nessa segunda-feira (12), após a maior explosão do vulcão até hoje, desde o início da erupção quatro dias antes.

O La Soufriere entrou em erupção na sexta-feira (9) após décadas de inatividade, bombeando nuvens escuras de cinzas a 10 quilômetros e forçando a saída de moradores da região por terra e por mar. 

Nenhuma morte foi registrada até agora, mas cerca de um terço da área da ilha está isolada e o espaço aéreo continua fechado, enquanto o fornecimento de água e energia elétrica está intermitente em algumas comunidades. 

Vários habitantes da ilha disseram à Reuters que estavam evitando sair, já que as cinzas estão bloqueando o ar e se transformando em algo parecido com cimento em contato com a chuva, dificultando a locomoção a pé, ou por carro. 

"Estamos sofrendo com as cinzas, e fica difícil respirar às vezes", disse Aria Scott, de 19 anos, uma estudante moradora da capital Kingstown. "Eu não vou lá fora, pois não quero assumir o risco". 

A explosão de segunda-feira, que aconteceu às 4h no horário local, foi a mais poderosa até hoje, afirmou Erouscila Joseph, diretora do Centro de Estudos Sísmicos da Universidade das Índias Ocidentais, que alertou que a erupção pode causar torrentes de lama conforme as cinzas chegarem aos rios. 

"Acreditamos que mais explosões são possíveis nos próximos dias ou semanas", disse.

São Vicente e Granadinas, que têm população de pouco mais de 100 mil pessoas, não passa por atividade vulcânica desde 1979, quando uma erupção causou cerca de US$ 100 milhões em prejuízos. A erupção do La Soufriere - que significa "saída de enxofre" em francês - matou mais de mil pessoas em 1902.