O secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem (foto em destaque), divulgou nesta quarta-feira (19/6) uma declaração pública em apoio ao Irã na guerra contra Israel. No comunicado, o líder do grupo libanês criticou as recentes ameaças dos Estados Unidos e afirmou que o Hezbollah não permanecerá neutro diante do conflito.

“Nós, do Hezbollah e da Resistência Islâmica, não somos neutros entre os direitos legítimos e independentes do Irã e a malevolência dos Estados Unidos e sua agressão ao tumor cancerígeno, Israel”, afirmou Qassem.

Conflito Israel x Irã

A troca de ataques entre Israel e Irã começou na madrugada da última sexta-feira (13/6), quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram uma ofensiva contra o centro do programa nuclear iraniano e contra líderes militares de Teerã.

O governo iraniano reagiu com ataques de retaliação poucas horas depois, aumentando o risco de um conflito mais amplo na região.

Mais de 240 pessoas já morreram nos dois países desde o início da escalada, segundo balanços oficiais divulgados até o momento.

Israel afirma que os bombardeios têm como principal objetivo impedir o avanço do programa nuclear do Irã, que o governo considera uma ameaça direta à sua segurança.

A rápida escalada e a intensidade dos ataques reacenderam o temor de que o confronto evolua para uma guerra de grandes proporções no Oriente Médio, principalmente com a entrada dos EUA no conflito.

A declaração marca a primeira manifestação oficial de Qassem desde o início da ofensiva israelense. Até então, o Hezbollah vinha mantendo distância direta do conflito, apesar de sua histórica aliança com Teerã. Enfraquecido pela guerra devastadora com Israel no ano passado, o grupo não ativou a frente libanesa.

Reação à Trump

Qassem também reagiu a recentes declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que sugeriu a possibilidade de um ataque direto ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

Na última terça-feira (17/6), Trump fez um ultimato a Khamenei. Em publicação na Truth Social, o presidente norte-americano afirmou que não vão matá-lo “por enquanto”, mas enfatizou que a “paciência está se esgotando”.

Trump declarou que sabe exatamente onde o líder supremo do Irã está e o classificou como um “alvo fácil”. Na mesma publicação, pediu ainda “rendição incondicional”.

Segundo o dirigente do Hezbollah, a fala de Trump representa uma “agressão” não só contra o Irã, mas contra todos os povos da região.

O líder do Hezbollah encerrou sua mensagem deixando em aberto a possibilidade de uma futura intervenção militar. Segundo ele, o grupo fará “o que achar apropriado” para enfrentar o que chamou de “essa hedionda agressão americano-israelense”.