LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - Um grupo de hackers afirma ter invadido o sistema da companhia aérea TAP e roubado informações, incluindo dados pessoais e de pagamento, de milhares de clientes. A empresa portuguesa opera em 11 capitais brasileiras e é uma das principais rotas de ligação do Brasil com a Europa.
 
A TAP respondeu à alegação do grupo com uma nota ambígua, em que não confirma e nem desmente o roubo de informações sensíveis. Na última semana, a companhia anunciou que fora vítima de um ataque virtual, mas garantiu que não havia evidências de comprometimento de dados.

"Estão hoje a ser divulgadas alegações de um grupo organizado de crime informático de que terão sido roubados dados de clientes. A TAP continua a adotar, com o apoio de uma entidade externa internacional e em articulação com as autoridades, todas as medidas de contenção e remediação adequadas para proteger a empresa e os seus clientes", disse a empresa, em nota.

Até o momento, especialistas em segurança independentes não confirmaram o ataque. Em muitos casos, grupos criminosos fazem alegações grandiosas para tentar pressionar empresas a pagarem um resgate.

O anúncio do suposto mega vazamento da empresa foi feito pelo grupo Ragnar Locker, em uma página na deep wep. Os hackers acusam a TAP de ter mentido sobre a gravidade do ataque da última semana.

O grupo afirma que o comprometimento de dados agora foi de "centenas de gigabytes", sendo maior do que o ocorrido na invasão ao sistema da companhia aérea EasyJet em 2020.

"Pelo vazamento das informações pessoais de 'apenas' 400 mil clientes, a EasyJet enfrenta uma ação legal no valor de 180 milhões de libras por ter perdido esses dados", dizem os hackers, que ironicamente sugerem que a TAP contrate bons advogados.

O grupo afirma que publicará novas informações em breve. Enquanto isso, para mostrarem o que seria o potencial conteúdo dos dados obtidos, publicaram uma captura de tela com uma lista de nomes e outras informações pessoais de supostos clientes.

O Ragnar Locker está em atividade desde 2019, tendo realizado ofensivas contra grandes empresas como a EDP, também portuguesa, e a Dassault Falcon.