REFUGIADOS

Mais de 1.300 migrantes foram resgatados neste sábado (11) pela Guarda Costeira e a Marinha da Itália quando estavam em embarcações sobrecarregadas no Mediterrâneo, menos de duas semanas após um naufrágio na costa sul do país que deixou mais 70 mortos, informaram as autoridades.

Vários navios foram enviados na sexta-feira para ajudar três embarcações que transportavam centenas de migrantes, detectadas no Mediterrâneo central, a rota migratória mais perigosa do mundo.

Na madrugada de sábado, 487 migrantes foram transportados sãos e salvos até o porto de Crotone, segundo as equipes de emergência. Vídeos da Guarda Costeira, divulgados na sexta-feira, mostravam parte deles no convés de um grande pesqueiro em um mar agitado.

Outra operação resgatou 584 migrantes com um navio da Guarda Costeira. A agência de notícias Ansa informou que a embarcação atracou no porto de Regio Calabria, cidade do sul da Itália. 

Uma terceira embarcação com 379 pessoas foi resgatada por dois barcos de patrulha da Guarda Costeira e os migrantes foram transferidos para um navio da Marinha e seguiam para o porto siciliano de Augusta.

As operações de resgate aconteceram pouco depois da localização do corpo da vítima número 74 - uma menina de cinco a seis anos - do naufrágio que aconteceu há quase duas semanas perto da costa de Crotone, sul do país, segundo a agência de notícias AGI. 

A justiça abriu uma investigação sobre a tragédia, em particular para tentar explicar a demora na chegada das equipes de emergência. 

O naufrágio provocou uma grande comoção na Itália e críticas duras ao governo de extrema-direita da primeira-ministra Giorgia Meloni, que adotou uma linha dura anti-imigração.

De acordo com o ministério do Interior, 17.592 pessoas chegaram pelo Mediterrâneo à Itália desde 1º de janeiro, contra 5.976 no mesmo período em 2022 e 5.995 em 2021, ou seja, quase o triplo.

De acordo com a Frontex (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira), o número de chegadas de migrantes pela rota central do Mediterrâneo aumentou 116% em janeiro e fevereiro, na comparação com 2022.