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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Grande Barreira de Corais da Austrália está passando por um processo massivo de branqueamento, uma deterioração causada pelas mudanças climáticas que envolve a perda de cor dos recifes, afirmaram as autoridades do país nesta sexta-feira (8).
Descrita como a maior estrutura viva da Terra, a Grande Barreira é um recife de 2.300 km de extensão que abriga uma ampla variedade de biodiversidade.
Mas os repetidos processos de branqueamento, provocados pelas temperaturas elevadas, ameaçam acabar com a estrutura, que considerada Patrimônio Mundial pela Unesco.
"Sabemos que a maior ameaça aos recifes de coral no mundo é a mudança climática. A Grande Barreira não é uma exceção", afirmou a ministra do Meio Ambiente da Austrália, Tanya Plibersek, em comunicado.
"Precisamos agir contra a mudança climática. Precisamos proteger nossos locais especiais, as plantas e os animais que vivem neles", acrescentou.
O dano foi confirmado por cientistas do governo australiano após a análise de 300 recifes próximos à superfície a partir de aviões. A Autoridade da Grande Barreira afirmou que não precisa fazer mais estudos para avaliar a gravidade e a extensão da deterioração.
O cenário de destruição já havia sido apontado na terça-feira (5) pela Noaa (agência atmosférica e oceânica americana). Cientistas da entidade avisaram que o mundo está prestes a ter o quarto evento de branqueamento em massa de corais.
"Todo o hemisfério sul provavelmente vai sofrer branqueamento este ano", disse o ecologista Derek Manzello, coordenador do Coral Reef Watch da Noaa, que atua como autoridade global de monitoramento de risco de branqueamento de corais. "Estamos literalmente à beira do pior evento de branqueamento da história do planeta."
A Terra tem vivido meses de calor oceânico recorde, impulsionado pelas mudanças climáticas e pelo fenômeno El Niño.
A temperatura da superfície dos oceanos em fevereiro em todo o mundo foi a mais alta já registrada na história. A média para o mês chegou a 21,06°C, quebrando o recorde anterior, de agosto de 2023, quando o índice foi de 20,98°C, mostram dados do observatório climático europeu Copernicus divulgados nesta quinta (7).
O branqueamento ocorre quando as temperaturas marinhas ficam 1°C acima da média a longo prazo.
Diante desse estresse térmico, os corais expulsam as algas que vivem em seus tecidos, o que leva à perda de suas cores vibrantes.
As temperaturas do oceano na área da Grande Barreira têm se aproximado de suas máximas históricas nas últimas semanas, segundo dados oficiais.
Richard Leck, diretor para oceanos na Austrália da ONG WWF, alertou para a probabilidade de morte de grandes quantidades de corais caso as temperaturas do mar não esfriem rapidamente nas próximas semanas.
"O processo de branqueamento está acontecendo em uma área onde os corais não haviam sido expostos anteriormente a temperaturas extremas", explicou.
As mudanças climáticas geram uma pressão enorme sobre a Grande Barreira. Algumas espécies de corais provaram ser mais resistentes e podem entrar em recuperação com a queda da temperatura da água.
Terry Hughes, um dos maiores especialistas em corais da Austrália, porém, alertou que os processos de branqueamento ocorrem com tanta frequência que os recifes mal têm conseguido iniciar a recuperação.
"O recife não é mais capaz de retornar à mistura de espécies de corais e de tamanhos de corais que tinha há 20 anos", disse.
"A ironia é que os corais que prevalecem atualmente na maior parte da Grande Barreira são os de crescimento rápido e que recuperam a superfície rapidamente, mas o problema é que são sensíveis ao calor e menos tolerantes ao próximo processo inevitável de branqueamento", explicou.
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"Sabemos que a maior ameaça aos recifes de coral no mundo é a mudança climática. A Grande Barreira não é uma exceção", afirmou a ministra do Meio Ambiente da Austrália, Tanya Plibersek, em comunicado.
"Precisamos agir contra a mudança climática. Precisamos proteger nossos locais especiais, as plantas e os animais que vivem neles", acrescentou.
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A Terra tem vivido meses de calor oceânico recorde, impulsionado pelas mudanças climáticas e pelo fenômeno El Niño.
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