As Filipinas estão em alerta máximo pelo vulcão Mayon, que segundo especialistas pode entrar em erupção de maneira iminente após ter gerado, durante o final de semana, espessas nuvens de cinzas e forçar a saída de milhares de pessoas de suas casas.
A agência sismológica da Filipinas (PHIVOLCS) elevou nesta segunda-feira (15) para "crítico" o nível de alerta diante da possibilidade do vulcão, situado ao leste do arquipélago e a cerca de 350 quilômetros de Manila, expulsar rios de lava sobre populações e campos.
Mayon teve uma erupção pela primeira vez na tarde de sábado, desprendendo nuvens que causaram uma chuva de cinzas, e o organismo estatal, que no domingo decretou nível 2 ("crescente preocupação"), decidiu aumentá-lo para 3 nas últimas horas.
Depois da primeira erupção no sábado ocorreram outras duas, que provocaram 158 desprendimentos de rochas e uma saída em massa de mais de 1.000 pessoas em um raio de 6 quilômetros.
Nesta segunda, o raio foi ampliado para 7 quilômetros e o número de pessoas retiradas de casa subiu para 12.044, informou à Agência Efe a porta-voz do Escritório de Defesa Civil da província de Bicol, Rachel Ann Miranda.
"Tudo indica que vai haver uma erupção mais forte, por isso nos preparamos para diferentes cenários", assegurou a porta-voz, após confirmar que já não restam civis na área de perigo.
A erupção pode ocorrer de forma iminente, mas também pode demorar semanas, por isso as autoridades locais buscam modos de facilitar uma "evacuação a longo prazo" dos residentes hospedados em refúgios temporários ou centros escolares, indicou Miranda.
O próximo passo, assegurou, será "retirar os animais da zona de perigo com o objetivo de que os residentes não tenham que retornar às aldeias para resgatar o gado".
Segundo o último comunicado da PHIVOLCS, o vulcão "mostra uma relativa alta instabilidade e tem magma na cratera, sendo assim é possível que ocorra uma erupção perigosa em questão de semanas ou inclusive dias".
A agência especificou que a cratera "mostra um resplendor brilhante que indica o crescimento de um novo domo de lava e as primeiras correntes de lava para as ladeiras do lado sul".
Além de retirar pessoas e animais da zona de perigo, as autoridades restringiram o voo de aviões nas imediações.
A atividade do Mayon foi notada na zona através de fortes estrondos e um intenso cheiro de ácido sulfúrico, segundo moradores da região.
A erupção mais potente na história da Filipinas e a segunda maior do mundo no século XX foi a do Pinatubo em junho de 1991, que deixou cerca de 850 mortos e mais de um milhão de afetados, além de gerar uma capa global de ácido sulfúrico que causou danos na atmosfera.
O arquipélago filipino, onde há 23 vulcãos ativos, está localizado sobre uma zona de intensa atividade sísmica inscrita dentro do chamado "Anel de Fogo do Pacífico", que se estende desde a costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo Japão, Filipinas e Indonésia.