Socorristas na Turquia resgataram com vida neste sábado (11) uma família de cinco pessoas dos escombros da casa onde moravam, que colapsou no terremoto desta semana -o pior a atingir o país desde 1939-, informou o site de notícias turco HaberTurk.

O resgate acontece 129 horas após o tremor na Turquia e na vizinha Síria e eleva para nove o número de pessoas recuperadas com vida neste sábado, com o número de mortes tendo passado 24 mil. Entre os sobreviventes estão um jovem desorientado de 16 anos e uma mulher de 70 anos.

"Que dia é hoje?" perguntou Kamil Can Agas, o adolescente retirado dos escombros em Kahramanmaras, de acordo com reportagem da televisão NTV. A cidade turca, próxima ao epicentro do terremoto, vive agora um cenário de caminhões recolhendo os restos de concreto das casas e edifícios que desabaram.

Conforme o tempo passa, contudo, diminuem as esperanças de encontrar sobreviventes, ainda mais em um cenário de temperaturas congelantes. Cerca de 80 mil pessoas estão sendo tratadas em hospitais turcos, enquanto mais de um milhão de desabrigados foram levados a abrigos temporários.

Pela primeira vez em 35 anos, a passagem na fronteira entre Turquia e Armênia foi aberta neste sábado, informou a agência oficial de notícias turca Anadolu. Cinco caminhões com ajuda para as vítimas cruzaram o posto de Alican, na província de Igdir.

A tragédia levantou questões sobre o tempo de resposta da Turquia, e o presidente Tayyip Erdogan disse na sexta-feira (10) que as autoridades deveriam ter reagido mais rapidamente. Além disso, o preparo das construções para enfrentarem terremotos também entrou na pauta do dia.

Enquanto isso, no enclave rebelde no norte da Síria, região que sofreu os piores danos do país com o tremor de terra, os esforços de socorro são complicados pela guerra civil em andamento há mais de uma década.

Pouca ajuda foi enviada à região até agora, mesmo depois de o governo de Damasco dizer na sexta que permitiria que comboios cruzassem as linhas de frente da guerra. Por outro lado, dezenas de aviões levando ajuda humanitária chegaram às áreas do país controladas pelo governo.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, fez sua primeira viagem às áreas afetadas, visitando hospitais em Aleppo na sexta e Latakia no sábado. Também no sábado, o diretor diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou a Aleppo para visitar hospitais e centros de acolhimento com autoridades do país.

O terremoto de magnitude 7,8 atingiu os dois países na madrugada de segunda-feira (6). O epicentro foi registrado em uma área já sensível a calamidades naturais, devido à região com alta concentração de eventos sísmicos, e humanas, por causa dos agrupamentos de refugiados e deslocados internos pela guerra civil síria.