SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma explosão em um evento para jornalistas no norte do Afeganistão matou um guarda e deixou outras oito pessoas feridas neste sábado (11). Entre elas estão cinco jornalistas e três crianças. Até às 9h, no horário de Brasília, nenhum grupo havia reivindicado a autoria do ataque.

"Hoje, às 11h30 [horário local], ocorreu uma explosão no Centro Cultural Tabyan, no segundo distrito policial de Mazar-i-Sharif, na província de Balkh", disse um porta-voz do Talibã, grupo fundamentalista que governa o país desde a retirada das tropas americanas, em agosto de 2021.

O evento em questão celebrava o Dia Nacional dos Jornalistas. No momento da explosão, um grupo de crianças cantava o hino do país; minutos antes, um funcionário do Talibã havia discursado para os profissionais presentes.

"A explosão foi muito forte", declarou à agência de notícias AFP o jornalista Atif Arian, que ficou ferido. "Foi um caos, todos tentavam fugir porque temiam o desabamento do prédio", acrescentou, destacando que alguns colegas ficaram gravemente feridos. Não há atualização oficial sobre o estado de saúde deles.

Ainda antes do retorno do Talibã ao poder, jornalistas afegãos já eram alvos frequentes de atentados, alguns deles reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Paralelamente, nos últimos meses, o país tem sido alvo de uma série de ataques terroristas. Na quinta-feira (9), por exemplo, um atentado suicida do Estado Islâmico (EI) matou o governador da mesma província onde ocorreu o atentado contra jornalistas. A região será temporariamente administrada pelo governador de uma província do sul do país.

No início de janeiro, um outro ataque suicida nos arredores do Ministério das Relações Exteriores do Afeganistão, em Cabul, deixou ao menos 20 pessoas mortas e várias feridas. Na ocasião, o homem-bomba teria tentado entrar no prédio da chancelaria, mas não conseguiu.

Muitos dos atentados são de autoria do Estado Islâmico, cuja filial paquistanesa, o EI-Khorasan, tem divergências públicas com o Talibã. Em meados de dezembro, homens armados a mando do EI abriram fogo em um hotel em Cabul frequentado por empresários da China, país que tem aumentado sua presença na região.