O primeiro-ministro, António Costa, explicou, no final da reunião de líderes europeus desta sexta-feira, que a Comissão Europeia está a preparar um documento que assegure condições de circulação na União Europeia sem ser preciso fazer quarentena. E adiantou que há uma “preocupação generalizada” entre os estados-membros em relação à pandemia.

O documento, a que Bruxelas chamou de “certificado verde” e espera ter disponível até ao verão, vai ser baseado em três critérios: infeção anterior, vacinação contra a covid-19 e um teste negativo recente. Quem viajar tem de ter uma das três condições. O processo vai ser comum a toda a União Europeia e é de “reconhecimento mútuo”, acrescentou o primeiro-ministro.

Em direto do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, António Costa salientou que, nos próximos meses em que o documento vai ser preparado, é fundamental que a Comissão Europeia tenha informação científica consolidada sobre o grau de imunização depois da infeção e depois de administrada a vacina.

No final de duas cimeiras virtuais de líderes da União Europeia, os 27 estados-membros assumiram como grande prioridade acelerar a produção de vacinas e a vacinação contra a covid-19. O primeiro-ministro contou que houve uma “preocupação generalizada” e uma troca de impressões “muito construtiva” com a Comissão Europeia.

António Costa apontou que Portugal já comunicou a Bruxelas “as capacidades diversas” da indústria farmacêutica portuguesa “para poderem colaborar nas diferentes fases de produção de uma vacina”.

“Esperamos e temos a certeza de que a nossa indústria dará o seu melhor para poder colaborar neste esforço coletivo”, afirmou.
Do encontro virtual saiu a garantia de um apoio coletivo para aumentar a produção de vacinas e a rapidez no licenciamento por parte da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

“É fundamental acelerar o processo de vacinação”, disse António Costa, acrescentando que, para isso, é preciso um processo de licenciamento mais ágil e uma indústria com maior capacidade de produção.
Salientou ainda que o combate à pandemia exige solidariedade e não se pode restringir apenas à Europa. A mensagem foi clara: é necessária uma vacinação à escala global, sobretudo nos países com menos recursos.

O responsável português garantiu que os líderes europeus se comprometeram a colaborar para uma contribuição conjunta, em particular aos países africanos.

TRABALHO DE EQUIPE CONTRA AS NOVAS VARIANTES


No discurso depois da reunião com os líderes europeus, o primeiro-ministro disse que vai haver um esforço conjunto – “um trabalho de equipa” -, entre os estados-membros, para antecipar a deteção de novas variantes “para todos estarmos prevenidos”.

“Há uma incubadora que a Comissão Europeia está a desenvolver em coordenação com a indústria farmacêutica para adaptarem as vacinas no mercado às variantes”, explicou.

“RELATÓRIO DAS LIÇÕES APRENDIDAS”


Na mesma conferência de imprensa, o primeiro-ministro avançou ainda que, em junho, a União Europeia vai apresentar um “relatório das lições aprendidas” com a covid-19.

“É um tempo excecional que há muitas gerações ninguém experienciava. É fundamental fazer o balanço as ações que foram sendo aprendidas. Será uma ferramenta fundamental para aqueles que, no futuro, tiverem de lidar com situações de crise como estas”, disse António Costa.

Fonte: SIC NOTÍCIAS