O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs nesta terça-feira (8) sanções a uma rede corrupta na Venezuela que permitiu ao dono da gigante midiática Globovisión Tele C.A. e diversas pessoas ligadas a ela fazer bilhões em lucros de forma ilícita no mercado de câmbio do país.
Parte de uma campanha abrangente de sanções que autoridades do governo de Donald Trump dizem visar pressionar o presidente Nicolás Maduro a restaurar a ordem democrática e o império da lei, as punições têm como alvo sete executivos de negócios venezuelanos e ex-oficiais do Tesouro do país e mais de 20 das suas empresas, incluindo a Globovisión.
As sanções sucedem a abertura de processos judiciais contra vários desses indivíduos, incluindo Alejandro Andrade, ex-tesoureiro nacional que já serviu como guarda-costas do antecessor de Maduro, Hugo Chávez, e também recebeu uma sentença à prisão fechada de 10 anos no fim de 2018 após se declarar culpado por receber mais de US$ 1 bilhão em propina.
Também foi alvo das sanções Raúl Gorrín, o presidente da emissora pró-governo Globovisión e da seguradora Seguros La Vitalícia, que, segundo autoridades americanas, subornou Andrade e sua sucessora - igualmente punida -, Claudia Patricia Díaz, para ganhar direitos privilegiados a moeda estrangeira para o governo de Maduro.
Gorrin e vários de seus associados recorreram ao amplamente usado mercado negro de câmbio da Venezuela, que opera a taxas muito mais altas, para assegurar bilhões em lucros, que Andrade e autoridades americanas dizem terem sido transferidos para ativos nos EUA e na Europa.
"Pessoas próximas ao regime venezuelano saquearam bilhões de dólares da Venezuela enquanto o povo venezuelano sofre", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin. "Os EUA permanecem comprometidos a submeter os responsáveis a pagar pelo trágico declínio da Venezuela e continuarão a usar ferramentas diplomáticas e econômicas para apoiar os esforços do povo venezuelano de restaurar a sua democracia."