A partir de novembro, a Casa Branca revogará a proibição de viagem a visitantes de 33 países, incluindo Brasil, Reino Unido, países da União Europeia, China, Irã, África do Sul e Índia. Para entrarem nos Estados Unidos, os viajantes estrangeiros terão que apresentar prova de terem completado o ciclo de imunização contra ao Covid-19, além de um teste negativo para o Sars-CoV-2 realizado até 72 horas antes do embarque aos EUA. Por sua vez, os norte-americanos não vacinados que desejarem entrar no país precisarão mostrar um teste negativo feito com 24 horas de antecedência em relação à viagem e comprovar a aquisição de novo teste a ser feito depois do desembarque.

De acordo com o jornal The New York Times, os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) determinarão às companhias aéreas a coleta dos números de telefones e dos endereços de e-mail dos viajantes para sistema de rastreio de contatos. As restrições aos viajantes internacionais estão em vigor desde março de 2020. Ainda segundo o NY Times, a indústria turística dos EUA sofreu perdas de US$ 500 bilhões (ou R$ 2,6 trilhões) no ano passado — um impacto direto da pandemia da Covid-19.

As autoridades não divulgaram quais vacinas serão aceitas como prova de imunização. Nos Estados Unidos, a população tem recebido doses da Moderna, da Jannsen e da Pfizer. Thierry Breton, comissário europeu para o mercado interno, afirmou que a nova diretiva abrange os três imunizantes reconhecidos pela FDA, a agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos. A proibição de viagens, decretada pelo então presidente Donald Trump, causou mal-estar entre aliados de Washington.

Jeffrey D. Zients, coordenador de combate à pandemia da Casa Branca, disse que “viagens internacionais são importantes para conectar famílias e amigos, para abastecer pequenos e grandes negócios, para promover a troca aberta de ideias e culturas”, comentou. “Por isso, com a ciência e a saúde pública como guias, desenvolvemos um novo sistema de viagens aéreas internacionais que aprimora a segurança dos americanos (em voos domésticos) e de voos internacionais.” Zients lembrou que as exigências para a entrada nos EUA “dependem mais dos próprios indivíduos do que de uma abordagem baseada no país”. “Então, é um sistema mais forte”, explicou.

“Irracional”
Em entrevista ao Correio, Lawrence Gostin — professor de medicina da Universidade Johns Hopkins e da Universidade Georgetown e especialista em direito de saúde pública — disse que aplaude a decisão do presidente Joe Biden. “É irracional manter as pessoas fora dos Estados Unidos se elas estão vacinadas e se testaram negativo. As restrições a viagens não são a resposta para a Covid-19. Vacinas, testagem e uso de máscaras, sim”, afirmou.

Até o fechamento desta texto, Biden não tinha se pronunciado sobre o alívio das restrições a viagens, mas fez um apelo à população norte-americana. “Nós temos as ferramentas para deixar essa pandemia para trás, mas temos que fazer a nossa parte. Se você ainda não o fez, por favor, vacine-se. E se você se vacinou, alcance as famílias e os amigos que ainda não se imunizaram”, escreveu no Twitter.

A decisão da Casa Branca foi recebida com alívio pela União Europeia (UE). A Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, celebrou “a medida longamente aguardada por famílias e amigos que estão distantes”, e destacou “a boa notícia para as empresas”. A Câmara de Comércio dos EUA aposta que a medida ajudará em uma “recuperação robusta e duradoura da economia norte-americana”.

» As exigências
Quem pretender entrar nos Estados Unidos terá que obedecer a algumas normas

Estrangeiros em viagem aos EUA
Serão obrigados a comprovar a conclusão do ciclo de imunização antes de entrarem nos aviões com destino aos Estados Unidos. Também anunciou que os viajantes deverão apresentar um teste negativo da Covid-19 feito até 72 horas antes do embarque.

Cidadãos norte-americanos
Aqueles que não estiverem imunizados poderão entrar nos EUA somente mediante apresentação de exame negativo feito dentro das 24 horas anteriores ao voo.

Máscaras
O uso será obrigatório em todos os voos para os Estados Unidos. As companhias aéreas também deverão repassar às autoridades sanitárias norte-americanas informação para o rastreamento dos contatos.