array(31) {
["id"]=>
int(107921)
["title"]=>
string(66) "Emocionado, jornalista russo Golunov é solto e agradece por apoio"
["content"]=>
string(6618) "
Inicialmente acusado pela polícia por tráfico de drogas, o jornalista prometeu continuar seu trabalho de investigação para o site independente Meduza - Foto: Vasily Maximovy/AFP
O jornalista investigativo russo Ivan Golunov foi solto, livre de acusações, de uma delegacia de Moscou nesta terça-feira (11) e, em meio a lágrimas, agradeceu a simpatizantes e à imprensa pela solidariedade.
"Muitíssimo obrigado por seu apoio", disse Golunov.
Inicialmente acusado pela polícia por tráfico de drogas, o jornalista prometeu continuar seu trabalho de investigação para o site independente Meduza.
Em meio à comoção causada por seu caso no país, a Justiça russa decidiu retirar as acusações de tráfico de drogas contra Golunov.
"Golunov será solto hoje (terça-feira) de sua prisão domiciliar, e as acusações serão retiradas", disse mais cedo o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, citado em um comunicado.
A Justiça terá agora de avaliar "a legalidade das ações dos policiais que prenderam" o jornalista na quinta-feira passada, em Moscou, e que disseram ter encontrado uma grande quantidade de drogas em sua mochila e durante uma busca em seu apartamento.
De acordo com Kolokoltsev, os policiais que fizeram a prisão foram suspensos de suas funções durante a investigação.
Ainda segundo a mesma fonte, duas autoridades policiais serão demitidas: o general da Polícia Andrei Puchkov, chefe das forças de ordem no distrito oeste da capital russa, e o general Yuri Deviatkin, chefe em Moscou do Departamento de Combate a Narcóticos.
"Vou pedir ao presidente russo", Vladimir Putin, para removê-los do cargo, declarou Vladimir Kolokoltsev.
Jornalista do site Meduza, conhecido por suas investigações sobre a corrupção na prefeitura de Moscou e em setores obscuros como o de microcrédito e de agências funerárias, Ivan Golounov estava em prisão domiciliar desde sábado.
Os defensores do jornalista denunciaram um caso que foi fabricado em retaliação por suas investigações.
O repórter afirma que as drogas apreendidas pela polícia não eram suas e que foram colocadas em sua mochila sem seu conhecimento.
As análises realizadas a pedido da Justiça não revelaram nenhum vestígio de droga em seu sangue, e nenhum dos malotes apreendidos tinha suas digitais, segundo seus advogados.
Onda de mobilização
O caso provocou uma onda de rara solidariedade na sociedade russa, com apoio crescente - de jornais independentes até a mídia estatal, passando até mesmo por alguns políticos de alto escalão.
A decisão de retirar as acusações não tem precedentes na Rússia, onde os serviços de segurança e a polícia são acusados com frequência de fabricar casos de drogas para silenciar opositores e onde as absolvições são poucos frequentes.
"É uma grande notícia. É um exemplo inspirador e motivador do que a solidariedade pode fazer em favor de pessoas que são perseguidas", comemorou o opositor Alexei Navalni, ele mesmo alvo de vários processos judiciais nos últimos anos.
A União Europeia (UE) também celebrou que a Rússia tenha retirado as acusações contra Golunov, mas pediu uma "investigação exaustiva e transparente" sobre uma eventual "brutalidade policial" durante sua detenção.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) saudou no Twitter uma "mobilização histórica da sociedade civil" na Rússia. "Agora, aqueles que tentaram montar esse caso devem ser julgados", apontou.
O veículo independente Meduza, com sede na Letônia, estimou que "o poder escutou a sociedade".
Desde sexta-feira, manifestantes protestaram em frente à sede da polícia de Moscou com um cartaz, a única forma de protesto que não requer autorização das autoridades.
Pela primeira vez na história, os três maiores jornais russos - Kommersant, Vedomosti e RBK - publicaram uma coluna comum em apoio a Golunov e exigiram que este caso fosse totalmente investigado.
O Kremlin disse que acompanhava a investigação "cuidadosamente" e reconheceu que levantava "muitas perguntas", sem culpar, porém, o sistema judiciário.
Alexei Navalni publicou nesta terça uma investigação, acusando de corrupção a família de um alto funcionário dos poderosos serviços de segurança russos, o FSB. O nome desse funcionário foi citado por vários veículos como o possível "mentor" do caso contra Ivan Golunov.
Supostamente ligado à "máfia dos cemitérios" investigada por Golunov, a perseguição aberta por este funcionário seria em represália às matérias publicadas pelo repórter.
Uma marcha em apoio a Ivan Golunov foi marcada para quarta-feira (12) no centro de Moscou, enquanto uma petição exigindo sua libertação coletou quase 180.000 assinaturas.
"
["author"]=>
string(27) " AFP - Agence France-Presse"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(552904)
["filename"]=>
string(10) "russos.jpg"
["size"]=>
string(5) "23176"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(5) "site/"
}
["image_caption"]=>
string(181) "Inicialmente acusado pela polícia por tráfico de drogas, o jornalista prometeu continuar seu trabalho de investigação para o site independente Meduza - Foto: Vasily Maximovy/AFP"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(0) ""
["author_slug"]=>
string(24) "afp-agence-france-presse"
["views"]=>
int(166)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(64) "emocionado-jornalista-russo-golunov-e-solto-e-agradece-por-apoio"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2019-06-11 17:30:27.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2019-06-11 17:30:27.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2019-06-11T17:30:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(15) "site/russos.jpg"
}
Inicialmente acusado pela polícia por tráfico de drogas, o jornalista prometeu continuar seu trabalho de investigação para o site independente Meduza - Foto: Vasily Maximovy/AFP
O jornalista investigativo russo Ivan Golunov foi solto, livre de acusações, de uma delegacia de Moscou nesta terça-feira (11) e, em meio a lágrimas, agradeceu a simpatizantes e à imprensa pela solidariedade.
"Muitíssimo obrigado por seu apoio", disse Golunov.
Inicialmente acusado pela polícia por tráfico de drogas, o jornalista prometeu continuar seu trabalho de investigação para o site independente Meduza.
Em meio à comoção causada por seu caso no país, a Justiça russa decidiu retirar as acusações de tráfico de drogas contra Golunov.
"Golunov será solto hoje (terça-feira) de sua prisão domiciliar, e as acusações serão retiradas", disse mais cedo o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, citado em um comunicado.
A Justiça terá agora de avaliar "a legalidade das ações dos policiais que prenderam" o jornalista na quinta-feira passada, em Moscou, e que disseram ter encontrado uma grande quantidade de drogas em sua mochila e durante uma busca em seu apartamento.
De acordo com Kolokoltsev, os policiais que fizeram a prisão foram suspensos de suas funções durante a investigação.
Ainda segundo a mesma fonte, duas autoridades policiais serão demitidas: o general da Polícia Andrei Puchkov, chefe das forças de ordem no distrito oeste da capital russa, e o general Yuri Deviatkin, chefe em Moscou do Departamento de Combate a Narcóticos.
"Vou pedir ao presidente russo", Vladimir Putin, para removê-los do cargo, declarou Vladimir Kolokoltsev.
Jornalista do site Meduza, conhecido por suas investigações sobre a corrupção na prefeitura de Moscou e em setores obscuros como o de microcrédito e de agências funerárias, Ivan Golounov estava em prisão domiciliar desde sábado.
Os defensores do jornalista denunciaram um caso que foi fabricado em retaliação por suas investigações.
O repórter afirma que as drogas apreendidas pela polícia não eram suas e que foram colocadas em sua mochila sem seu conhecimento.
As análises realizadas a pedido da Justiça não revelaram nenhum vestígio de droga em seu sangue, e nenhum dos malotes apreendidos tinha suas digitais, segundo seus advogados.
Onda de mobilização
O caso provocou uma onda de rara solidariedade na sociedade russa, com apoio crescente - de jornais independentes até a mídia estatal, passando até mesmo por alguns políticos de alto escalão.
A decisão de retirar as acusações não tem precedentes na Rússia, onde os serviços de segurança e a polícia são acusados com frequência de fabricar casos de drogas para silenciar opositores e onde as absolvições são poucos frequentes.
"É uma grande notícia. É um exemplo inspirador e motivador do que a solidariedade pode fazer em favor de pessoas que são perseguidas", comemorou o opositor Alexei Navalni, ele mesmo alvo de vários processos judiciais nos últimos anos.
A União Europeia (UE) também celebrou que a Rússia tenha retirado as acusações contra Golunov, mas pediu uma "investigação exaustiva e transparente" sobre uma eventual "brutalidade policial" durante sua detenção.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) saudou no Twitter uma "mobilização histórica da sociedade civil" na Rússia. "Agora, aqueles que tentaram montar esse caso devem ser julgados", apontou.
O veículo independente Meduza, com sede na Letônia, estimou que "o poder escutou a sociedade".
Desde sexta-feira, manifestantes protestaram em frente à sede da polícia de Moscou com um cartaz, a única forma de protesto que não requer autorização das autoridades.
Pela primeira vez na história, os três maiores jornais russos - Kommersant, Vedomosti e RBK - publicaram uma coluna comum em apoio a Golunov e exigiram que este caso fosse totalmente investigado.
O Kremlin disse que acompanhava a investigação "cuidadosamente" e reconheceu que levantava "muitas perguntas", sem culpar, porém, o sistema judiciário.
Alexei Navalni publicou nesta terça uma investigação, acusando de corrupção a família de um alto funcionário dos poderosos serviços de segurança russos, o FSB. O nome desse funcionário foi citado por vários veículos como o possível "mentor" do caso contra Ivan Golunov.
Supostamente ligado à "máfia dos cemitérios" investigada por Golunov, a perseguição aberta por este funcionário seria em represália às matérias publicadas pelo repórter.
Uma marcha em apoio a Ivan Golunov foi marcada para quarta-feira (12) no centro de Moscou, enquanto uma petição exigindo sua libertação coletou quase 180.000 assinaturas.