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Em seus encontros com autoridades do governo Lula, Thomas-Greenfield vai enfatizar a necessidade de cooperação entre os dois países, em vez de se concentrar nas declarações polêmicas do petista.
Na quarta-feira (10), a diplomata viajará a Salvador, coração da comunidade afro-brasileira, para destacar a necessidade de construir uma sociedade igualitária nos dois países multiétnicos.
Após Lula assumir a Presidência em janeiro, paralelos inevitáveis com seu contraparte americano, Joe Biden, foram traçados: ambos são políticos veteranos que derrotaram populistas de direita que culparam as urnas eletrônicas por suas derrotas e cujos apoiadores furiosos recorreram à violência. Os dois presidentes também priorizam a questão climática.
Lula se encontrou com Biden na Casa Branca em fevereiro, mas ganhou as manchetes internacionais no mês passado durante uma viagem à China ao acusar os Estados Unidos, que enviaram bilhões de dólares em armas para a Ucrânia, de "incentivar a guerra".
Lula posteriormente esclareceu que condena a invasão russa, mas a Casa Branca o acusou de "espalhar propaganda russa e chinesa", o que lhe rendeu elogios do chanceler russo, Sergei Lavrov, que recentemente visitou Brasília.
Uma autoridade americana disse que Thomas-Greenfield "consultaria" o Brasil sobre a guerra na Ucrânia. "Nossa posição é que um grupo de países do mundo, incluindo o Brasil, pode desempenhar um papel positivo na tentativa de acabar com este conflito", disse o funcionário, que pediu anonimato.
"Mas temos que garantir que a paz seja justa e duradoura" e que respeite os "princípios de soberania e integridade territorial".
Os EUA também pedem ao Brasil que extradite o suposto espião russo Sergei Cherkasov, que supostamente se fez passar por um estudante brasileiro em Washington e coletou informações sobre a Ucrânia.
"Operador habilidoso"
O Brasil votou na Assembleia Geral da ONU a favor da condenação da invasão russa à Ucrânia, ao contrário de outros países em desenvolvimento, como Índia ou África do Sul, que preferem permanecer neutros. Mas Brasília rejeitou os apelos para impor sanções à Rússia ou vender armas à Ucrânia.
Atualmente membro do Conselho de Segurança, o papel do Brasil estará sob escrutínio este ano, quando substituir a Índia como presidente do Grupo das 20 maiores economias.
Embora trabalhe com os Estados Unidos, Lula nunca teve problemas em discordar publicamente de Washington e fazer com que o Brasil assumisse um papel diplomático de maior destaque.
Em seus últimos anos do segundo mandato (2006-2010), ele desafiou Washington ao tentar encontrar uma solução negociada para o programa nuclear iraniano.
Um estudo divulgado nesta segunda-feira sobre "Estados indecisos", que podem ajudar a esculpir a cada vez mais definida ordem mundial EUA-China, diz que o Brasil tem "ativos substanciais" para exercer uma força influenciadora.
O Brasil é o maior exportador de produtos agrícolas do mundo, tem tecnologia avançada e um corpo diplomático sofisticado, segundo o estudo da Fundação German Marshall.
O Brasil quer jogar pelo seguro e "rejeita que sua escolha de parceiros deva ser mutuamente exclusiva", embora geralmente apoie a "ordem mundial baseada em regras" promovida pelos EUA, disse William McIlhenny, ex-legislador americano, no relatório.
"O Brasil se vê como um operador habilidoso que defende seus interesses evitando tomar partido", acrescentou. (AFP)
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Em seus encontros com autoridades do governo Lula, Thomas-Greenfield vai enfatizar a necessidade de cooperação entre os dois países, em vez de se concentrar nas declarações polêmicas do petista.
Na quarta-feira (10), a diplomata viajará a Salvador, coração da comunidade afro-brasileira, para destacar a necessidade de construir uma sociedade igualitária nos dois países multiétnicos.
Após Lula assumir a Presidência em janeiro, paralelos inevitáveis com seu contraparte americano, Joe Biden, foram traçados: ambos são políticos veteranos que derrotaram populistas de direita que culparam as urnas eletrônicas por suas derrotas e cujos apoiadores furiosos recorreram à violência. Os dois presidentes também priorizam a questão climática.
Lula se encontrou com Biden na Casa Branca em fevereiro, mas ganhou as manchetes internacionais no mês passado durante uma viagem à China ao acusar os Estados Unidos, que enviaram bilhões de dólares em armas para a Ucrânia, de "incentivar a guerra".
Lula posteriormente esclareceu que condena a invasão russa, mas a Casa Branca o acusou de "espalhar propaganda russa e chinesa", o que lhe rendeu elogios do chanceler russo, Sergei Lavrov, que recentemente visitou Brasília.
Uma autoridade americana disse que Thomas-Greenfield "consultaria" o Brasil sobre a guerra na Ucrânia. "Nossa posição é que um grupo de países do mundo, incluindo o Brasil, pode desempenhar um papel positivo na tentativa de acabar com este conflito", disse o funcionário, que pediu anonimato.
"Mas temos que garantir que a paz seja justa e duradoura" e que respeite os "princípios de soberania e integridade territorial".
Os EUA também pedem ao Brasil que extradite o suposto espião russo Sergei Cherkasov, que supostamente se fez passar por um estudante brasileiro em Washington e coletou informações sobre a Ucrânia.
"Operador habilidoso"
O Brasil votou na Assembleia Geral da ONU a favor da condenação da invasão russa à Ucrânia, ao contrário de outros países em desenvolvimento, como Índia ou África do Sul, que preferem permanecer neutros. Mas Brasília rejeitou os apelos para impor sanções à Rússia ou vender armas à Ucrânia.
Atualmente membro do Conselho de Segurança, o papel do Brasil estará sob escrutínio este ano, quando substituir a Índia como presidente do Grupo das 20 maiores economias.
Embora trabalhe com os Estados Unidos, Lula nunca teve problemas em discordar publicamente de Washington e fazer com que o Brasil assumisse um papel diplomático de maior destaque.
Em seus últimos anos do segundo mandato (2006-2010), ele desafiou Washington ao tentar encontrar uma solução negociada para o programa nuclear iraniano.
Um estudo divulgado nesta segunda-feira sobre "Estados indecisos", que podem ajudar a esculpir a cada vez mais definida ordem mundial EUA-China, diz que o Brasil tem "ativos substanciais" para exercer uma força influenciadora.
O Brasil é o maior exportador de produtos agrícolas do mundo, tem tecnologia avançada e um corpo diplomático sofisticado, segundo o estudo da Fundação German Marshall.
O Brasil quer jogar pelo seguro e "rejeita que sua escolha de parceiros deva ser mutuamente exclusiva", embora geralmente apoie a "ordem mundial baseada em regras" promovida pelos EUA, disse William McIlhenny, ex-legislador americano, no relatório.
"O Brasil se vê como um operador habilidoso que defende seus interesses evitando tomar partido", acrescentou. (AFP)