O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tiveram uma conversa no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, nesta sexta-feira (10).

Em sua fala, Lula agradeceu a Biden pelo rápido reconhecimento de sua vitória sobre Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. O presidente brasileiro também reconheceu a postura de Biden em defesa da democracia e deu parabéns pelo discurso do Estado da União. 

"Cairia muito bem se tivesse sido feito no Brasil", observou Lula. 

O mandatário petista prosseguiu com uma crítica a Bolsonaro, que, segundo ele, "menosprezava as relações internacionais". 
 
"Me parece familiar", brincou Biden, em alusão ao republicano Donald Trump.

Lula então citou uma série de áreas em que os dois países podem intensificar a cooperação.

"Primeiro, nunca mais permitir que haja um novo capítulo do Capitólio e que nunca mais acontecça no Brasil a invasão do palácio do presidente, do Congresso e da Suprema Corte. A segunda coisa que temos que trabalhar juntos é o combate à desigualdade, a questão racial", disse Lula. 

A terceira área é a climática, apontou Lula. Ele destacou que preservar a Amazônia é fundamental para o mundo e que o Brasil tem compromisso com reduzir o desmatamento e cortar emissões, mas não em transformar a região em um santuário inabitado e subdesenvolvido.

"Nós vamos chegar ao desmatamento zero na Amazônia, vamos fazer um esforço muito grande para transformar a Amazônia não num santuário para a humanidade, mas num centro de pesquisa para o mundo todo para que possamos tirar proveito da riqueza, da biodiversidade da Amazônia", disse o presidente brasileiro. 

"A questão climática, se não tiver uma governança global mais forte, que tome decisões que todos os países devem cumprir, não vai dar certo", indicou Lula. 

"Não sei se é a ONU, G20, G8, mas alguma coisa devemos fazer para que obriguemos países, congresssos e empresários a acatar decisões que tomamos em nível global".