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Nascido em Bengala (Índia) em 1933, Amartya Kumar Sen, que recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1998, foi distinguido pelas suas contribuições às causas da fome, desigualdade e pobreza, bem como por ter desenvolvido o índice para medir a pobreza, no qual se baseia o Índice de Desenvolvimento Humano atualmente utilizado pelas Nações Unidas.
O júri destaca que suas pesquisas sobre a fome, a teoria do desenvolvimento humano, economia do bem-estar e mecanismos subjacentes da pobreza têm contribuído para a luta contra a injustiça, desigualdade, doença e ignorância.
Segundo a Fundação Princesa das Astúrias, na sua obra mais conhecida, Poverty and Famines. An Essay on Entitlement and Deprivation (1981), Amartya Sen demonstrou que a fome não é uma consequência de falta de alimentos, mas de desigualdades nos mecanismos de distribuição de alimentos.
Suas contribuições para o desenvolvimento de indicadores económicos e sociais têm sido os conceitos de "capacidade e liberdade positiva", a capacidade real de uma pessoa ser ou fazer algo, por oposição à liberdade negativa, comum na economia, que se centra na não interferência.
"A sua escola de pensamento ajudou a redirecionar os planos de desenvolvimento e algumas políticas das Nações Unidas", considera a fundação.
Amartya Kumar Sen foi professor nas universidades de Harvard, Oxford e Cambridge.
Este foi o terceiro dos oito prêmios Princesa das Astúrias que vão ser anunciados este ano. A área de Comunicação e Humanidades foi atribuída à jornalista e escritora norte-americana Gloria Steinem e a de Artes à artista sérvia Marina Abramovic.
Cada prêmio consiste numa escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró -- símbolo do prêmio -, 50 mil euros, um diploma e uma insígnia, que até 2019 foi entregue em cerimônia solene presidida pelo rei de Espanha, Felipe VI, no Teatro Campoamor, em Oviedo.
O prêmio para as Ciências Sociais foi atribuído, em 2020, ao economista turco Dani Rodrik e em edições anteriores ao sociólogo Alejandro Portes (2019), a Michael J. Sandel (2018), David Attenborough (2009), Mary Robinson (2006) e Paul Krugman (2004), entre outros.
O prêmio distingue "trabalhos de criação e/ou investigação em história, direito, linguística, pedagogia, ciências políticas, psicologia, sociologia, ética, filosofia, geografia, economia, demografia e antropologia, e as disciplinas dentro de cada uma dessas áreas".
Em termos gerais, os prêmios Princesa das Astúrias reconhecem o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições em nível internacional.
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