Após cinco dias de controle cambial definido pelo governo, a Argentina fecha a semana com o dólar estável, cotado a 57 pesos. Na sexta-feira passada, o dólar chegou a custar 62 pesos.

Os títulos da dívida amanheceram pelo terceiro dia consecutivo no "verde", o que fez o risco país cair para cerca de 2.000 pontos. Na semana passada, havia ultrapassado os 2.500 pontos.

Desde o anúncio, no último domingo, do controle cambial que mantém o dólar estável, a calma foi retornando ao mercado.

A expectativa para os próximos dias está no desembolso de US$ 5,4 bilhões de dólares que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá fazer. O presidente argentino, Mauricio Macri, e o ministro das Finanças, Hernán Lacunza, afirmam ter cumprido todas as metas fiscais com o FMI e estão confiantes no recebimento do dinheiro.

No ano passado, a Argentina recebeu um empréstimo de US$ 57 milhões do FMI. A primeira parcela deveria ser paga, a princípio, em 2021. Na semana passada, no entanto, o ministro das Finanças anunciou, unilateralmente, a renegociação do pagamento da dívida.

"A Argentina não tem um problema de solvência, mas de liquidez a médio prazo", disse Lacunza na ocasião. Segundo o ministro, o país está comprometido com os pagamentos.

O país enfrenta, além de uma acirrada campanha eleitoral, uma grave crise econômica e social há mais de um ano e meio; tem mais de 30% da população na miséria; e uma das inflações mais altas do mundo. No ano passado, a inflação foi de mais de 40% e, neste ano, estima-se que chegue a 55%.

As eleições gerais, marcadas para o dia 27 de outubro, têm a chapa de Alberto Fernández e da ex-presidente Cristina Kirchner como favorita, tendo recebido 47% dos votos nas primárias. Macri obteve 32% dos votos e tentará reverter a situação nas urnas.