O presidente dos EUA, Donald Trump, telefonou na tarde desta sexta-feira (1º) para o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, para felicitá-lo por sua vitória nas eleições do último domingo (27).

Segundo a assessoria de imprensa de Fernández, Trump teria dito: "Parabéns pela vitória, assistimos pela televisão. Você vai fazer um trabalho fantástico. Espero poder conhecê-lo imediatamente. Sua vitória foi comentada no mundo todo."


Trump também teria dito ao argentino que havia instruído o FMI (Fundo Monetário Internacional) "para ajudar a Argentina. "Não hesite em me ligar", disse Trump.


Fernández agradeceu e afirmou esperar ter uma relação "madura e cordial" com o americano e que "a Argentina está numa situação muito complexa e precisa de ajuda".


Fernández foi eleito com 48,04% dos votos válidos, vencendo Mauricio Macri, que deixou a Argentina em um cenário de crise e pobreza crescente.


Mais cedo nesta sexta, o presidente Jair Bolsonaro -aliado de Donald Trump- disse que não iria à posse de Fernández em 10 de dezembro. Sua fala arrancou aplausos de apoiadores que o esperavam na porta da residência oficial da Presidência.


O mandatário brasileiro ainda não cumprimentou o kirchnerista, diferentemente de outros líderes da região, como o centro-direitista Sebastián Piñera, do Chile, também seu aliado. Bolsonaro também afirmou que lamentava a eleição de Fernández. 


"Não pretendo parabenizá-lo. Agora não vamos nos indispor. Vamos esperar o tempo para ver qual a posição real dele na política. Porque ele vai assumir, vai tomar pé do que está acontecendo, e vamos ver qual linha que ele vai adotar", afirmou na segunda (28).


No dia da votação, Fernández postou uma foto em uma rede social fazendo o sinal de Lula livre, o que Bolsonaro considerou uma afronta à democracia.


Desde o começo de maio, o brasileiro apoiou abertamente a candidatura de Mauricio Macri, e apelou à população argentina para que não votasse na esquerda. 


Antes da visita oficial de Bolsonaro à Argentina, em junho, o vice Hamilton Mourão disse que uma possível volta do kirchnerismo preocupava o governo, pois poderia trazer problemas de relacionamento entre os países.


Desde que assumiu o governo, em janeiro, Bolsonaro tenta passar ao cenário internacional uma imagem de proximidade com Trump. Ele já foi aos EUA três vezes e pensa encerrar 2019 com uma quarta visita.


A ideia seria reforçar a imagem de parceria com o norte-americano no momento em que se intensifica o isolamento do Brasil na condução de sua política externa.


Em setembro, o presidente brasileiro disse "I love you" a Trump, durante viagem à Nova York para a Assembleia Geral da ONU. O norte-americano respondeu: "Bom te ver de novo".