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string(85) "Dalai-lama diz que é sua fundação a responsável por liderar busca de seu sucessor"
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string(7686) "SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dalai-lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, disse nesta quarta-feira (2) que uma organização sem fins lucrativos que ele fundou terá a autoridade exclusiva para reconhecer sua futura reencarnação, contrariando a insistência da China de que escolherá o sucessor.
As declarações do líder, que completa 90 anos no domingo (6), ocorreram durante uma semana de celebrações para marcar seu aniversário. Não houve comentário imediato de Pequim.
A China vê o dalai-lama, que fugiu do Tibete em 1959 após uma revolta fracassada contra o domínio chinês, como um separatista. O religioso já disse anteriormente que seu sucessor nascerá fora da China e instou seus seguidores a rejeitarem qualquer pessoa escolhida por Pequim.
"Estou afirmando que a instituição do dalai-lama continuará", disse em um comunicado. Ele acrescentou que o Gaden Phodrang Trust, a organização sem fins lucrativos que criou para manter e apoiar a tradição e instituição do dalai-lama, tem a autoridade exclusiva para reconhecer sua futura reencarnação em consulta com os líderes das tradições budistas tibetanas.
"Eles devem, consequentemente, realizar os procedimentos de busca e reconhecimento de acordo com a tradição passada... ninguém mais tem qualquer autoridade para interferir neste assunto", disse.
O ganhador do Prêmio Nobel da Paz é considerado uma das figuras mais influentes do mundo, com seguidores que vão muito além do budismo.
*
COMO ELE FOI ESCOLHIDO?
A tradição tibetana sustenta que a alma de um monge budista sênior reencarna após sua morte. O 14º dalai-lama, nascido como Lhamo Dhondup em 6 de julho de 1935 em uma família de agricultores na atual província de Qinghai, foi identificado como tal reencarnação quando tinha apenas dois anos de idade.
Uma equipe de busca enviada pelo governo tibetano tomou a decisão com base em vários sinais, como uma visão revelada a um monge sênior, diz o site do dalai-lama. Os pesquisadores ficaram convencidos quando a criança identificou os pertences do 13º dalai-lama com a frase: "É meu, é meu".
No inverno de 1940, Lhamo Thondup foi levado ao Palácio Potala em Lhasa, capital da atual Região Autônoma do Tibete, e oficialmente instalado como líder espiritual dos tibetanos.
O QUE DIZ A CHINA?
A China reivindica para si o direito de aprovar o sucessor do dalai-lama, como um legado da época imperial. Um ritual de seleção, no qual os nomes de possíveis reencarnações são retirados de uma urna dourada, remonta a 1793, durante a dinastia Qing.
Autoridades chinesas têm afirmado repetidamente que a reencarnação do dalai-lama deve ser decidida seguindo as leis nacionais que determinam o uso da urna dourada e o nascimento das reencarnações dentro das fronteiras da China.
Mas muitos tibetanos suspeitam que qualquer papel chinês na seleção seja uma manobra para exercer influência sobre a comunidade. É inadequado que os chineses, que rejeitam a religião, "intrometam-se no sistema de reencarnação dos lamas, ainda mais no do dalai-lama", afirmou o líder budista.
Em seu livro, ele pediu aos tibetanos que não aceitassem "um candidato escolhido para fins políticos por qualquer pessoa, incluindo aqueles da República Popular da China", referindo-se ao país pelo seu nome oficial.
Pequim classifica o dalai-lama -que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1989 por manter viva a causa tibetana- de separatista e proíbe a exibição de sua foto ou qualquer demonstração pública de devoção a ele.
Em março de 2025, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que o líder é um exilado político "sem nenhum direito de representar o povo tibetano". A China nega suprimir os direitos do povo tibetano e afirma que sua gestão acabou com a servidão e trouxe prosperidade a uma região atrasada.
QUE PAPEL A ÍNDIA E OS EUA PODEM DESEMPENHAR?
Estima-se que a Índia seja o lar de mais de 100 mil budistas tibetanos que são livres para estudar e trabalhar lá. Muitos indianos reverenciam o dalai-lama, e especialistas em relações internacionais dizem que sua presença na Índia dá a Nova Déli algum tipo de vantagem sobre a China.
Os Estados Unidos, que enfrentam uma concorrência crescente da China pelo domínio global, afirmaram repetidamente que estão comprometidos com a promoção dos direitos humanos dos tibetanos. Legisladores americanos já afirmaram anteriormente que não permitiriam que a China influenciasse a escolha do sucessor do dalai-lama.
Em 2024, o então presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma lei que pressiona Pequim a resolver uma disputa sobre as demandas do Tibete por maior autonomia.
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A China vê o dalai-lama, que fugiu do Tibete em 1959 após uma revolta fracassada contra o domínio chinês, como um separatista. O religioso já disse anteriormente que seu sucessor nascerá fora da China e instou seus seguidores a rejeitarem qualquer pessoa escolhida por Pequim.
"Estou afirmando que a instituição do dalai-lama continuará", disse em um comunicado. Ele acrescentou que o Gaden Phodrang Trust, a organização sem fins lucrativos que criou para manter e apoiar a tradição e instituição do dalai-lama, tem a autoridade exclusiva para reconhecer sua futura reencarnação em consulta com os líderes das tradições budistas tibetanas.
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O ganhador do Prêmio Nobel da Paz é considerado uma das figuras mais influentes do mundo, com seguidores que vão muito além do budismo.
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COMO ELE FOI ESCOLHIDO?
A tradição tibetana sustenta que a alma de um monge budista sênior reencarna após sua morte. O 14º dalai-lama, nascido como Lhamo Dhondup em 6 de julho de 1935 em uma família de agricultores na atual província de Qinghai, foi identificado como tal reencarnação quando tinha apenas dois anos de idade.
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No inverno de 1940, Lhamo Thondup foi levado ao Palácio Potala em Lhasa, capital da atual Região Autônoma do Tibete, e oficialmente instalado como líder espiritual dos tibetanos.
O QUE DIZ A CHINA?
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Autoridades chinesas têm afirmado repetidamente que a reencarnação do dalai-lama deve ser decidida seguindo as leis nacionais que determinam o uso da urna dourada e o nascimento das reencarnações dentro das fronteiras da China.
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Em seu livro, ele pediu aos tibetanos que não aceitassem "um candidato escolhido para fins políticos por qualquer pessoa, incluindo aqueles da República Popular da China", referindo-se ao país pelo seu nome oficial.
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Em 2024, o então presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma lei que pressiona Pequim a resolver uma disputa sobre as demandas do Tibete por maior autonomia.