"Não se regozije", América, diz a mensagem, segundo publicado pela agência AFP. "O novo escolhido fará vocês esquecerem o horror que observaram... Fazendo as conquistas de Baghdadi terem um gosto doce", acrescenta.

Por meio de sua agência de notícias, o Daesh informou que Abu Ibrahim al-Hashimi al-Quraishi substituiria o iraquiano Abu Bakr al-Baghdadi, morto em uma operação das forças americanas em Idlib, na Síria, como chefe da organização. Pouco se sabe sobre o sucessor, que tinha sido apontado como provável novo líder nas vezes em que Baghdadi tinha sido falsamente declarado morto.

O grupo também confirmou que seu porta-voz, Abu Hassan al-Muhajir, foi morto em outro ataque dos EUA. 

No domingo (27), Trump anunciou em pronunciamento feito na Casa Branca a morte do extremista. O presidente americano disse que Baghdadi tinha "morrido como um cachorro". 

No áudio de sete minutos, Abu Hamza al-Quraishi é identificado como novo porta-voz do grupo. Segundo a mensagem, a unidade legislativa e consultiva da organização se reuniu 48 horas após a morte de seu líder. 

Lealdade ao novo 'califa'


"O Conselho Shura se reuniu imediatamente após confirmar o martírio do xeque Abu Bakr al-Baghdadi, e os líderes dos mujahidin [combatentes] concordaram após consulta com seus irmãos" com a substituição, disse o novo porta-voz. Ele conclamou os militantes da organização terrorista a declarar lealdade ao novo "califa". O novo chefe do grupo é descrito como um "emir da guerra" que lutou contra as forças americanas e conhece suas artimanhas.


"América, você não sabe que o estado [Daesh] está na porta de entrada da Europa e na África central? E também está expandindo e permanecendo do leste ao oeste", diz o locutor do áudio. 

Abu Bakr al-Baghdadi era líder do Daesh desde 2014, quando anunciou o estabelecimento de um "califado islâmico" em grandes partes do Iraque e da Síria. O grupo, no entanto, perdeu força nos últimos anos e viu o território sob seu domínio ser reduzido bastante. 

O Exército dos EUA divulgou um vídeo da ação americana contra uma edificação na qual Baghdadi se encontrava. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30), o chefe do Comando Central dos EUA, general Kenneth Mackenzie, falou sobre o ataque. 


De acordo com o general americano, militantes abriram fogo "sobre as forças americanas que realizam o ataque aéreo". Mackenzie também disse que o líder terrorista, após ser encurralado, detonou um colete suicida junto com dois filhos, e não três, como relatado anteriormente por Trump.