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Havana
Cuba denuncia que a política de embargo dos Estados Unidos está impedindo suas compras de medicamentos e respiradores, enquanto continua enviando brigadas médicas ao estrangeiro para colaborar no combate contra a pandemia de coronavírus. Como informou na segunda-feira a Chancelaria cubana, duas empresas médicas que habitualmente forneciam à ilha equipamentos de ventilação artificial, fundamentais ao tratamento dos casos graves de coronavírus, suspenderam suas relações comerciais com a ilha após ser adquiridas por uma corporação norte-americana.
Segundo a imprensa oficial, trata-se da fabricante suíça IMT Medical e a empresa Acutronic. Essas empresas passaram a fazer parte da corporação norte-americana Vyaire Medical em 2018, e após a incorporação expressaram sua incapacidade para continuar fazendo negócios com Cuba. “Lamentavelmente, a diretriz corporativa que temos hoje em dia é suspender toda a relação comercial com a Medicuba; a única maneira de que possamos retomar o trabalho conjunto é por meio de uma licença da OFAC [Oficina de Controle de Ativos Estrangeiros] expedida pelo Departamento de Tesouro dos Estados Unidos e que ainda não temos”, notificaram as companhias à empresa estatal cubana responsável pela importação de provisões médicas, disse o diretor geral da América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Eugenio Martínez, ex-embaixador de Cuba na Espanha.
O Governo de Havana acusa Washington de dificultar sistematicamente o acesso a medicamentos e provisões médicas que a ilha precisa, o que a obriga a adquiri-los em mercados muito mais distantes, como a China, pagando o transporte e sofrendo demoras desnecessárias. “Há um grupo de recursos que nós adquirimos e que se pudéssemos comprar nos EUA nos favoreceria, porque é um mercado muito mais próximo”, afirmou o vice-presidente da Medicuba, Lázaro Silva.
De acordo com o jornal Granma, uma doação de máscaras, kits de detecção e respiradores por parte do empresário chinês Jack Ma, fundador da empresa Alibaba ―que já doou grandes quantidades desses produtos a países da Europa, Ásia, os EUA e a América Latina, afetados pela Covid-19― não pôde chegar à ilha. A empresa de transporte norte-americana contratada para realizar o envio “desistiu de fazê-lo no último momento”, afirma Havana, dizendo que o embargo em vigor proíbe o serviço. As autoridades afirmam que no ano passado as perdas do sistema de saúde pelas sanções chegaram a 160 milhões de dólares (816 milhões de reais), de modo que pedem o levantamento imediato do embargo para enfrentar em melhores condições a pandemia da Covid-19.
Enquanto isso, Cuba continua com sua política de diplomacia médica. Na segunda-feira chegou na Itália uma segunda brigada sanitária, composta por 21 médicos e 17 enfermeiras que trabalharão em Turim, cidade severamente afetada pela pandemia. A equipe, integrada por especialistas em terapia intensiva, epidemiologistas, pneumologistas e médicos integrais, se soma ao contingente de 53 profissionais de saúde que integram a brigada enviada à Lombardia no final de março. A maioria dos médicos e profissionais de saúde que integram a brigada já prestou serviço anteriormente em situações de desastre e crises sanitárias internacionais, incluindo o surto de ebola na África.
Hoje, aproximadamente 1.200 profissionais cubanos de saúde oferecem sua colaboração na luta contra o coronavírus em 19 países, a maioria do Caribe e América Latina, mas também em Angola, Togo, Itália e Andorra. No total, aproximadamente 30.000 profissionais médicos ―a maioria na Venezuela― trabalham hoje em 60 países, uma colaboração que os EUA criticam por considerá-la uma arma de propaganda e porque as autoridades da ilha supostamente “exploram” seus médicos. Havana considera as acusações como um insulto e desafia a Administração de Trump a enviar ajuda aos países que precisam em vez de continuar com sua política de asfixia econômica contra a ilha.
Em Cuba foram diagnosticados 726 casos e 21 mortes, mas as autoridades alertam que nos próximos dias o número de contágios aumentará. Os prognósticos dizem que aproximadamente dentro de um mês a ilha registrará o pico da epidemia. Cuba suspendeu o transporte público no final de semana, fechou as maiores atividades comerciais e endureceu as medidas de isolamento, sem chegar ainda a estabelecer uma quarentena nacional obrigatória. Reduzir as grandes filas nas lojas, provocadas pelo desabastecimento crônico de artigos de primeira necessidade, se transformou no grande desafio na batalha contra o coronavírus.
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Cuba denuncia que a política de embargo dos Estados Unidos está impedindo suas compras de medicamentos e respiradores, enquanto continua enviando brigadas médicas ao estrangeiro para colaborar no combate contra a pandemia de coronavírus. Como informou na segunda-feira a Chancelaria cubana, duas empresas médicas que habitualmente forneciam à ilha equipamentos de ventilação artificial, fundamentais ao tratamento dos casos graves de coronavírus, suspenderam suas relações comerciais com a ilha após ser adquiridas por uma corporação norte-americana.
Segundo a imprensa oficial, trata-se da fabricante suíça IMT Medical e a empresa Acutronic. Essas empresas passaram a fazer parte da corporação norte-americana Vyaire Medical em 2018, e após a incorporação expressaram sua incapacidade para continuar fazendo negócios com Cuba. “Lamentavelmente, a diretriz corporativa que temos hoje em dia é suspender toda a relação comercial com a Medicuba; a única maneira de que possamos retomar o trabalho conjunto é por meio de uma licença da OFAC [Oficina de Controle de Ativos Estrangeiros] expedida pelo Departamento de Tesouro dos Estados Unidos e que ainda não temos”, notificaram as companhias à empresa estatal cubana responsável pela importação de provisões médicas, disse o diretor geral da América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Eugenio Martínez, ex-embaixador de Cuba na Espanha.
O Governo de Havana acusa Washington de dificultar sistematicamente o acesso a medicamentos e provisões médicas que a ilha precisa, o que a obriga a adquiri-los em mercados muito mais distantes, como a China, pagando o transporte e sofrendo demoras desnecessárias. “Há um grupo de recursos que nós adquirimos e que se pudéssemos comprar nos EUA nos favoreceria, porque é um mercado muito mais próximo”, afirmou o vice-presidente da Medicuba, Lázaro Silva.
De acordo com o jornal Granma, uma doação de máscaras, kits de detecção e respiradores por parte do empresário chinês Jack Ma, fundador da empresa Alibaba ―que já doou grandes quantidades desses produtos a países da Europa, Ásia, os EUA e a América Latina, afetados pela Covid-19― não pôde chegar à ilha. A empresa de transporte norte-americana contratada para realizar o envio “desistiu de fazê-lo no último momento”, afirma Havana, dizendo que o embargo em vigor proíbe o serviço. As autoridades afirmam que no ano passado as perdas do sistema de saúde pelas sanções chegaram a 160 milhões de dólares (816 milhões de reais), de modo que pedem o levantamento imediato do embargo para enfrentar em melhores condições a pandemia da Covid-19.
Enquanto isso, Cuba continua com sua política de diplomacia médica. Na segunda-feira chegou na Itália uma segunda brigada sanitária, composta por 21 médicos e 17 enfermeiras que trabalharão em Turim, cidade severamente afetada pela pandemia. A equipe, integrada por especialistas em terapia intensiva, epidemiologistas, pneumologistas e médicos integrais, se soma ao contingente de 53 profissionais de saúde que integram a brigada enviada à Lombardia no final de março. A maioria dos médicos e profissionais de saúde que integram a brigada já prestou serviço anteriormente em situações de desastre e crises sanitárias internacionais, incluindo o surto de ebola na África.
Hoje, aproximadamente 1.200 profissionais cubanos de saúde oferecem sua colaboração na luta contra o coronavírus em 19 países, a maioria do Caribe e América Latina, mas também em Angola, Togo, Itália e Andorra. No total, aproximadamente 30.000 profissionais médicos ―a maioria na Venezuela― trabalham hoje em 60 países, uma colaboração que os EUA criticam por considerá-la uma arma de propaganda e porque as autoridades da ilha supostamente “exploram” seus médicos. Havana considera as acusações como um insulto e desafia a Administração de Trump a enviar ajuda aos países que precisam em vez de continuar com sua política de asfixia econômica contra a ilha.
Em Cuba foram diagnosticados 726 casos e 21 mortes, mas as autoridades alertam que nos próximos dias o número de contágios aumentará. Os prognósticos dizem que aproximadamente dentro de um mês a ilha registrará o pico da epidemia. Cuba suspendeu o transporte público no final de semana, fechou as maiores atividades comerciais e endureceu as medidas de isolamento, sem chegar ainda a estabelecer uma quarentena nacional obrigatória. Reduzir as grandes filas nas lojas, provocadas pelo desabastecimento crônico de artigos de primeira necessidade, se transformou no grande desafio na batalha contra o coronavírus.