A Coreia do Norte se mostrou disposta a estabelecer um diálogo direto com os EUA e prometeu suspender os testes nucleares e de mísseis enquanto essas conversas estiverem em andamento, anunciou nesta terça-feira (6) um emissário sul-coreano após uma reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Pyongyang.
Chung Eui-yong, conselheiro para Segurança do presidente sul-coreano Moon Jae-in, afirmou que a Coreia do Norte também expressou sua disposição para a desnuclearização caso a segurança do país esteja garantida.
Reunião de cúpula
Os dois países concordaram ainda em realizar uma reunião de cúpula no próximo mês na cidade fronteiriça de Panmunjom, a primeira do tipo em mais de uma década.
É a terceira reunião de cúpula entre os dirigentes dos dois países desde o fim da guerra da Coreia (1950-1953). As anteriores aconteceram em 2000 e em 2007.
A reunião de cúpula entre os dois países acontecerá no fim de abril na localidade de Panmunjom, na Zona Desmilitarizada (DMZ) que separa a Coreia do Norte da Coreia do Sul, e será precedida por uma conversa telefônica entre Kim Jong-un e Moon Jae-in.
Os dois países também concordaram com a abertura de uma linha de comunicação direta de emergência entre seus dois dirigentes, informou Chung Eui-yong.
"O Sul e o Norte estão de acordo sobre uma linha de comunicação de emergência entre os dirigentes para desativar as tensões militares e para uma coordenação estreita", afirmou o representante sul-coreano.
Reação de Trump
Em seu Twitter, o presidente Donald Trump comentou nesta terça-feira a notícia. "Possível progresso nas conversas com a Coreia do Norte. Pela primeira vez em muitos anos, um esforço sério está sendo feito por todas as partes envolvidas. O mundo está observando e esperando! Pode ser esperança falsa, mas os EUA estão prontos para se movimentar fortemente em qualquer uma das direções!"
Aproximação
Os anúncios de terça-feira representam os avanços mais recentes da aproximação registrada na península da Coreia com os Jogos Olímpicos de Inverno e acontecem após um ano de grandes tensões, durante o qual a Coreia do Norte realizou seu teste nuclear de maior potência e vários lançamentos de mísseis, incluindo alguns com capacidade para atingir o território continental americano.
O clima ficou ainda mais tenso com a troca de insultos pessoais e ameaça apocalípticas entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano. O primeiro chamou o segundo de "pequeno homem foguete", enquanto Kim disse que o americano era um "velho enfermo mental".
O auge da operação de aproximação norte-coreano foi a viagem ao Sul de Kim Yo Jong, irmã do líder Kim Jong Un, no que foi a primeira visita de um membro da dinastia no poder em Pyongyang desde o fim da guerra da Coreia em 1953.
Moon deseja capitalizar os Jogos Olímpicos para abrir um diálogo entre seu vizinho do Norte e Washington, visando uma diminuição nas tensões.
Durante sua visita, Kim Yo Jong entregou a Moon, da parte de seu irmão, um convite para participar de uma cúpula em Pyongyang.