O comitê científico que supervisiona a campanha de vacinação contra a covid-19 no Reino Unido recomendou, nesta sexta-feira (7), que a vacina da AstraZeneca se restrinja às pessoas com idades acima de 40 anos, após o registro de 242 casos e 49 mortes por trombos raros.

Em abril, este comitê já havia aconselhado que o imunizante da fosse administrado apenas em maiores de 30 anos.

O regulador britânico dos medicamentos, a MHRA (na sigla em inglês), anunciou em entrevista coletiva ter registrado 242 casos de coágulos sanguíneos raros - incluindo 49 mortes - em pessoas que receberam a vacina da entre as mais de 28 milhões de doses aplicadas.

Segundo sua diretora, June Raine, os benefícios da vacinação continuam, no entanto, sendo maiores do que os riscos apresentados pela covid-19 para "a grande maioria" da população - especialmente os idosos, que têm maior probabilidade de desenvolver formas graves da doença.

Devido a esses trombos incomuns, vários países europeus suspenderam o uso abaixo de determinada idade da vacina desenvolvida pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca em parceria com os cientistas da Universidade de Oxford.

Londres, que sempre defendeu uma vacina apresentada pelo primeiro-ministro Boris Johnson como "um sucesso da ciência britânica", voltou a falar a seu favor nesta sexta-feira.

"A vacina é segura, eficaz e já salvou milhares de vidas no Reino Unido e em todo o mundo", disse um porta-voz do governo.

"Como disseram a MHRA e o Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização, os benefícios da vacina superam em muito os riscos para a grande maioria dos adultos", acrescentou.

As autoridades de saúde britânicas aplicarão "como precaução" o conselho do comitê científico e administrarão "uma vacina alternativa" quando possível para "pessoas com menos de 40 anos sem condições de saúde subjacentes, informou.

Ele garantiu que isso não atrasará o ritmo de vacinação, cujo objetivo é ter oferecido uma primeira dose a todos os adultos do país até o final de julho.

Além disso, todas as pessoas que já receberam a primeira dose da deverão receber uma segunda dose da mesma vacina, independentemente da idade, exceto aquelas que apresentaram trombos.

Em abril, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse que os coágulos sanguíneos deveriam constar como um efeito colateral "muito raro" da vacina da AstraZeneca, considerando que a relação custo-benefício permanecia "positiva".

Além da AstraZeneca, as vacinas da e da Moderna estão autorizadas no Reino Unido, que conta com uma das campanhas de vacinação mais avançadas do mundo. Quase 35 milhões de pessoas receberam a primeira dose, e mais de 16 milhões, as duas doses necessárias.

Quase 35 milhões de pessoas, de uma população total de 66,5 milhões, receberam a primeira dose, e mais de 16 milhões as duas doses necessárias no país da Europa mais afetado pela COVID-19, com mais de 127.000 mortes.