TARIFAS

 

 
A Comissão Europeia declarou hoje que o bloco da UE está pronto para responder com firmeza se as novas tarifas de 25%, anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, forem implementadas.

A União Europeia reiterou que está pronto a reagir com firmeza e imediatamente se os aumentos dos direitos aduaneiros sobre os produtos da UE se concretizarem, mas nesta fase não foram divulgadas até o momento quaisquer contramedidas. Entretanto, a Comissão Europeia trabalha em medidas de retaliação há mais de duas semanas, enquanto tenta negociar com os americanos. Está pronta uma lista de produtos já visados na disputa comercial entre a administração Trump em 2018 e os europeus sobre o alumínio e o aço.

A Comissão Europeia também assegurou que o diálogo com os EUA não foi interrompido, "Defendemos o diálogo, a abertura e a reciprocidade. Mas, ainda estamos na fase inicial de perceber o que está se passando", afirmou Olof Gill, porta-voz da Comissão Europeia, garantindo ainda que estejam decorrendo contatos de alto nível entre a administração norte-americana e a União Europeia.

"A UE irá sempre proteger as empresas, os trabalhadores e os consumidores europeus de tarifas injustificadas", indicou Gill.

Já o presidente norte-americano comentou, após o anuncio de que serão introduzidas novas taxas alfandegárias à importação de produtos europeus, sobretudo alumínio e aço,  a partir de 12 de março, que o bloco da União Europeia foi formado para prejudicar Estados Unidos.

 “A UE foi criada para manter a paz, promover o respeito entre as nossas nações, criar um comércio livre e justo e reforçar a nossa amizade transatlântica. Tão simples quanto isso", reagiu Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia.

Em resposta a essa declaração de Trump, Gill acrescentou que os investimentos dos EUA na Europa são altamente lucrativos.

 O comissário do Comércio da UE, Maros Sefcovic, se deslocou, na semana passada, a Washington para se encontrar com o seu homólogo norte-americano, o secretário do Comércio, Howard Lutnick. "Foi uma reunião muito produtiva", apontou Gill, acrescentando que tiveram a oportunidade de ver onde estão os princípios e as linhas vermelhas do outro.

A UE e os EUA estão envolvidos numa batalha narrativa sobre números, com Trump a afirmar que os EUA sofrem de um déficit comercial de 300 bilhões de dólares com a UE, enquanto esta última argumenta que qualquer déficit no comércio de bens entre os blocos é compensado por um excedente no comércio de serviços, que a UE afirma reduzir o déficit dos EUA para 50 bilhões de dólares. "As barreiras ao comércio justo são injustificadas, especialmente entre parceiros comerciais. É uma perda para ambos", afirmou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Stéphane Séjourné.