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"É por isso que cumprirei com essa escala de prioridades. O contexto econômico me obriga a concentrar todos os meus esforços em atender aos difíceis momentos que a Argentina atravessa", acrescentou. Pressionado pelo peronismo, Fernández não disputará as eleições presidenciais de 22 de outubro deste ano.
"Creio que as PASO (eleições primárias obrigatórias) são o veículo para que a sociedade selecione os melhores homens e mulheres de nossa frente, que melhor nos representem, nas próximas eleições gerais", disse o presidente. "Necessitamos gerar um novo ciclo virtuoso, no qual outros se empoderem para voltar a conquistar os corações daqueles que seguem nos olhando como o espaço que garante que a direita não regressará, com seu pesadelo e sua obscuridade", advertiu o mandatário, cuja imagem negativa chega a 70%, apontou uma pesquisa da consultoria Poliarquía. Em 13 agosto, os partidos políticos têm que realizar as PASO.
Surpresa parcial
O ex-presidente Mauricio Macri (centro-direita) havia tomado a mesma decisão de não disputar o posto mais alto do país, em 26 de março. Cristina Kirchner, presidente de centro-esquerda duas vezes entre 2007 e 2015, também não deseja retornar à Casa Rosada. Para Miguel De Luca, cientista político da Universidad de Buenos Aires (UBA), a desistência de Fernández à reeleição foi surpresa apenas parcialmente. "Há poucos dias, o presidente afirmou que competiria por um segundo mandato, e isso foi repetido por vários de seus dirigentes mais próximos. Havia movimentos de que Fernández buscava a reeleição, ainda que suas chances fossem reduzidas, por causa do baixo índice e popularidade", disse ao Correio. "No entanto, com o agravamento da crise e com o índice de inflação (7,7% em março e 104% anualizado), e em meio a rumores, alguns analistas antecipavam que Fernández poderia anunciar a decisão em breve."
Sem Fernández, sem Macri e sem Cristina Kirchner nas eleições deste ano, De Luca afirma que os candidatos da coalizão Juntos por el Cambio (centro-direita) que mais têm chances de almejar a Casa Rosada são Horacio Rodríguez Larreta, chefe do governo de Buenos Aires, que tem uma armação política com outros dirigentes do partido Proposta Republicana (PRO) e forma uma aliança com os radicais; e Patricia Bullrich, presidente do PRO. "Bullrich tem um discurso mais orientado à direita, de mão dura e menos amplo, a favor de reformas do mercado mais marcadas. Por parte do partido governista, o Frente de Todos, ainda não há um candidato lançado. As especulações giravam em torno de Eduardo 'Wado' de Pedro, ministro do Interior, e do governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof. Nos últimos dias, também se falou do chefe de gabinete, Agustín Rossi, e Daniel Scioli, embaixador da Argentina no Brasil", afirmou o especialista da UBA.
Rossi comentou a decisão de Alberto Fernández, citando o falecido ex-presidente Juan Domingo Perón, ideólogo e fundador do peronismo. "Primeiro a Pátria, depois o Movimento e, por último, os homens. Assim entendem e fazem política quem sabe os lugares que ocupam por e para o povo", escreveu no Twitter.
Reação
A reação dos internautas ao vídeo de Fernández no Twitter, em uma postagem intitulada Minha decisão, funciona como um termômetro de sua popularidade. "Não! Por um momento pensei que renunciaria!", escreveu um usuário da rede social. "Até nunca", reagiu outro. "Não se preocupe, senhor presidente. Será lembrado para sempre como o pior presidente da história. Viva à pátria", afirmou um terceiro internauta. E mais: "Não voltem nunca mais, por favor, já destroçaram o país".
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"É por isso que cumprirei com essa escala de prioridades. O contexto econômico me obriga a concentrar todos os meus esforços em atender aos difíceis momentos que a Argentina atravessa", acrescentou. Pressionado pelo peronismo, Fernández não disputará as eleições presidenciais de 22 de outubro deste ano.
"Creio que as PASO (eleições primárias obrigatórias) são o veículo para que a sociedade selecione os melhores homens e mulheres de nossa frente, que melhor nos representem, nas próximas eleições gerais", disse o presidente. "Necessitamos gerar um novo ciclo virtuoso, no qual outros se empoderem para voltar a conquistar os corações daqueles que seguem nos olhando como o espaço que garante que a direita não regressará, com seu pesadelo e sua obscuridade", advertiu o mandatário, cuja imagem negativa chega a 70%, apontou uma pesquisa da consultoria Poliarquía. Em 13 agosto, os partidos políticos têm que realizar as PASO.
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O ex-presidente Mauricio Macri (centro-direita) havia tomado a mesma decisão de não disputar o posto mais alto do país, em 26 de março. Cristina Kirchner, presidente de centro-esquerda duas vezes entre 2007 e 2015, também não deseja retornar à Casa Rosada. Para Miguel De Luca, cientista político da Universidad de Buenos Aires (UBA), a desistência de Fernández à reeleição foi surpresa apenas parcialmente. "Há poucos dias, o presidente afirmou que competiria por um segundo mandato, e isso foi repetido por vários de seus dirigentes mais próximos. Havia movimentos de que Fernández buscava a reeleição, ainda que suas chances fossem reduzidas, por causa do baixo índice e popularidade", disse ao Correio. "No entanto, com o agravamento da crise e com o índice de inflação (7,7% em março e 104% anualizado), e em meio a rumores, alguns analistas antecipavam que Fernández poderia anunciar a decisão em breve."
Sem Fernández, sem Macri e sem Cristina Kirchner nas eleições deste ano, De Luca afirma que os candidatos da coalizão Juntos por el Cambio (centro-direita) que mais têm chances de almejar a Casa Rosada são Horacio Rodríguez Larreta, chefe do governo de Buenos Aires, que tem uma armação política com outros dirigentes do partido Proposta Republicana (PRO) e forma uma aliança com os radicais; e Patricia Bullrich, presidente do PRO. "Bullrich tem um discurso mais orientado à direita, de mão dura e menos amplo, a favor de reformas do mercado mais marcadas. Por parte do partido governista, o Frente de Todos, ainda não há um candidato lançado. As especulações giravam em torno de Eduardo 'Wado' de Pedro, ministro do Interior, e do governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof. Nos últimos dias, também se falou do chefe de gabinete, Agustín Rossi, e Daniel Scioli, embaixador da Argentina no Brasil", afirmou o especialista da UBA.
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Reação
A reação dos internautas ao vídeo de Fernández no Twitter, em uma postagem intitulada Minha decisão, funciona como um termômetro de sua popularidade. "Não! Por um momento pensei que renunciaria!", escreveu um usuário da rede social. "Até nunca", reagiu outro. "Não se preocupe, senhor presidente. Será lembrado para sempre como o pior presidente da história. Viva à pátria", afirmou um terceiro internauta. E mais: "Não voltem nunca mais, por favor, já destroçaram o país".