Com 99,99% das urnas apuradas agora de manhã, os resultados das eleições na Bolívia dão a vitória a Evo Morales. O atual presidente contabiliza 47,07% dos votos e Carlos Mesa, seu principal opositor, 36,51%. A diferença entre os candidatos é de 10,56%. Pela legislação eleitoral boliviana, para vencer no primeiro turno, é preciso conquistar mais de 40% dos votos com pelo menos 10% de diferença do segundo colocado.
As eleições presidenciais bolivianas ocorreram no último domingo (20), e a apuração foi acompanhada por polêmica. Em cenário polarizado entre Evo Morales e Carlos Mesa, não faltaram acusações de ambos os lados. Morales acusou Carlos Mesa de delinquente. Carlos Mesa afirma que Morales fraudou o pleito.
A Missão de Observação da Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou problemas como a falta de segurança no armazenamento das urnas e a suspensão da apuração e defendeu a realização de segundo turno no país, devido à pouca diferença de votos entre os candidatos. Segundo o coordenador do Departamento de Observação Eleitoral, Gerardo de Icaza, a credibilidade da Justiça Eleitoral no país estaria em dúvida e, por isso, mesmo que alcançada a diferença de 10%, deveria ser assegurado o segundo turno.
Caso haja segundo turno, ele será realizado no dia 15 de dezembro. A posse será em 22 de janeiro de 2020.
Até o momento, no site do Órgão Eleitoral Plurinacional (OEP) da Bolívia, onde a contagem dos votos pode ser acompanhada, Evo Morales contabiliza 2.889,074 votos, enquanto Carlos Mesa tem 2.240,894 votos. A última atualização foi feita às 8h de hoje.
Se confirmado, será o quarto mandato consecutivo de Evo Morales, a primeira votação em que ele não alcança uma margem superior a 50% dos votos. Sua candidatura à reeleição é amplamente questionada.
Em fevereiro de 2016, Morales perdeu nas urnas um referendo sobre a possibilidade de reeleição. Os bolivianos votaram "não", com 51,3% dos votos. No entanto, uma decisão do Tribunal Constitucional, em 2017, habilitou Morales a seguir concorrendo à reeleição indefinidamente, alegando que é um direito humano o de "eleger e ser eleito". A oposição afirma que Morales está desrespeitando o voto e a escolha dos cidadãos no referendo de 2016.