Pela primeira vez desde a redemocratização, nos anos 1970, uma coalização de esquerda governará a Espanha. O Parlamento confirmou nesta terça (7) Pedro Sánchez como novo premiê - o governo será composto pelo PSOE e pelo Podemos.

O resultado foi apertado: 167 votos a favor e 165 contra, fora 18 abstenções. A Casa soma 350 deputados.

O PSOE tem 140 anos de história e se alterna no poder com o direitista PP desde a década de 1980. Criado em 2014, o Podemos adota uma postura mais combativa e defende temas como a igualdade de gênero, o combate à desigualdade social e os direitos LGBT.

 


MADRI (Reuters) - O líder socialista espanhol, Pedro Sánchez, garantiu apoio do Parlamento com uma pequena maioria nesta terça-feira para formar um governo de coalizão, encerrando um longo impasse político.

Após quase um ano de governos interinos, Sánchez conquistou a maioria simples de que precisava —mais votos “sim” que “não”— por apenas dois votos de diferença, com o apoio de parlamentares de partidos regionais menores.

Ele e o aliado da coalizão, Pablo Iglesias, chefe do partido de esquerda Unidas Podemos, disseram que vão pressionar por aumentos de impostos de empresas e trabalhadores de alta renda, além de reverter as reformas trabalhistas aprovadas por um governo conservador anterior.


Entretanto, sem sólida maioria no Parlamento, a coalizão pode enfrentar dificuldades para aprovar a legislação e vai precisar negociar caso a caso com outros partidos.

“Acredito que possamos superar a atmosfera de irritação e tensão e que possamos recuperar um espaço para consenso e acordo”, afirmou Sánchez ao Parlamento antes da votação.

Sánchez conquistou o apoio de 167 dos 350 parlamentares do Congresso, em uma votação com 18 abstenções e 165 votos contra.

A ascensão de novos partidos na Espanha ao longo dos últimos cinco anos pôs um fim a décadas de políticas dominadas pelos socialistas e pelo Partido Popular, dificultando o processo de formação de governo e manutenção do poder.

Juntos, o Partido Socialista e o Podemos têm 155 assentos no altamente fragmentado Parlamento de 350 cadeiras.