Reuters - A embaixada da China no Suriname acusou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, nesta sexta-feira de “difamar” Pequim depois que o diplomata mais graduado de Washington criticou as práticas de empresas chinesas durante a primeira parada de sua viagem a quatro países sul-americanos.

Em um evento conjunto com o recém-eleito presidente do Suriname, Chan Santokhi, na quinta-feira, Pompeo contrastou “a qualidade dos produtos e serviços de empresas privadas americanas” com os de empresas chinesas, que ele disse nem sempre competirem em uma “base justa e igualitária”.

“Vimos o Partido Comunista Chinês investir em países, e tudo parece ótimo na fachada e depois desmorona quando os custos políticos conectados a isso se tornam claros”, disse Pompeo.

Seus comentários vieram depois de uma série de descobertas de jazidas de petróleo no litoral do Suriname, cujos laços comerciais com a China cresceram no governo do presidente anterior, Desi Bouterse, autocrata militar responsável por um colapso econômico que tentou se reeleger e perdeu para Santokhi no início do ano.

A China fez empréstimos e investimentos de grande porte na América Latina, rica em recursos, durante o boom de décadas das commodities que praticamente chegou ao fim em 2014. O governo Trump tem tentado ressaltar as dívidas pesadas e a deterioração econômica que estas relações deixaram para parceiros comerciais próximos da China, como Venezuela e Equador.

Em seu comunicado, a embaixada chinesa de Paramaribo disse: “Qualquer tentativa de plantar discórdia entre a China e o Suriname está fadada ao fracasso.”

“Aconselhamos o senhor Pompeo a respeitar os fatos e a verdade, a abandonar a arrogância e o preconceito, a parar de difamar e espalhar rumores sobre a China”, disse a embaixada.

Na quinta-feira, Santokhi disse aos repórteres que o relacionamento do Suriname com a China não foi um tema de conversa em sua reunião com Pompeo.

“Não é uma questão de fazer escolhas”, disse.