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Os 31 países acompanhados pelo centro de controle de doenças europeu (ECDC) registraram 1,093 milhão de novos infectados na oitava semana do ano, uma alta de 12% em relação aos sete dias anteriores. Considerando 51 países e territórios europeus monitorados pela OMS, o aumento foi de 9%, também quebrando uma série de seis quedas consecutivas.
Segundo o diretor da seção europeia da entidade, Hans Kluge, a retomada de transmissão é preocupante principalmente em países das regiões central e leste do continente, mas países da Europa ocidental -em que as taxas já era altas- também mostram tendência de recuperação do contágio.
"Após um ano de pandemia, nossos sistemas de saúde, nossos hospitais e nossos profissionais não deveriam estar nessa situação de pressão contínua", afirmou ele. O desenvolvimento da pandemia na Europa tem sido bastante desigual, com países mantendo os números sob controle desde o começo da pandemia, como Dinamarca e Finlândia, enquanto outros viveram poucos meses de alívio, como França, Reino Unido e Espanha.
Alguns dos países mais afetados pela primeira onda, como a Itália, contiveram relativamente melhor a segunda. Por outro lado, nações que haviam aparecido como modelos em meados de 2020 entraram em colapso no começo deste ano, como Portugal.
Kluge repetiu as orientações de que os países redobrem medidas básicas como testes, rastreamento de contatos e isolamento e aumentem a vigilância para variantes mais contagiosas do Sars-Cov-2.
O coronavírus mutante identificado no Reino Unido, B.117, já foi detectado em todos os principais países europeus. A variante da África do Sul, B.1.351, já foi encontrada em 26 países e a P.1, identificada no Brasil, está hoje em 15. Autoridades de saúde têm alertado para a necessidade de rastrear e conter esses mutantes porque há indícios de que eles sejam menos suscetíveis às vacinas atualmente em uso.
Kluge também recomendou que os países acelerem seus programas de imunização -6 dos 51 países da região ainda não começaram a vacinar suas populações. Enquanto Israel já aplicou 97 doses por 100 habitantes, na Europa o país mais avançado, o Reino Unido, chegou a um terço disso (32/100), seguido pela Sérvia, com 22/100.
A maioria dos países da Europa, porém, administrou menos de 10 doses por 100 habitantes, incluindo as três maiores nações da União Europeia, Alemanha (8,1), França (7,1) e Itália (7,9). Na média de 40 países acompanhados pela OMS, de acordo com Kluge, apenas 1,9% da população e 24,5% dos profissionais de saúde receberam as duas doses necessárias.
As campanhas de imunização europeias têm enfrentado vários tipos de problema, como falta de vacinas, erros de planejamento, atraso regulatório e falhas de comunicação.
Os fabricantes dos três imunizantes já aprovados para uso na UE -AstraZeneca, Pfizer e Moderna- cortaram o fornecimento previsto neste semestre, levando a Hungria e a Eslováquia a comprar vacinas da Rússia.
Além disso, dos 42,7 milhões de doses já enviados aos países-membros, 12 milhões (27%) ainda não foram usados, por diferentes falhas. Segundo Kluge, a pandemia "agravou e iluminou desigualdades de gênero" -maioria dos profissionais de saúde, mulheres correm maior risco de contrair a doença. Ele também pediu que os governos reforcem ações de prevenção, detecção precoce e combate à violência doméstica.
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