O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, considerou hoje que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu está ‘pronto’ para um acordo de cessar-fogo. “A administração Joe Biden quer alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza ainda este mês. E o meu objetivo é estar em posição de fechar um acordo este mês. Na reunião com Netanyahu tive a sensação de que ele está pronto para o acordo. Além disso, a postura do Hamas nas negociações mudou depois do cessar-fogo no Líbano, vemos o movimento", disse.

Sullivan avançou que Washington está neste momento tentando fechar um acordo de cessar-fogo e de libertação dos reféns entre Israel e o Hamas, que permitiria começar a trazer os reféns para casa e aumentar significativamente a ajuda para Gaza. “Acredito que todos os dias há um risco crescente, daí a urgência em fechar o acordo”, acrescentou. 

Já a Jihad Islâmica Palestina, aliada do Hamas, afirmou que enviou seus representantes, inclusive com a  participação do seu líder, Ziad al-Nakhala, ao Cairo para negociar uma troca de reféns e prisioneiros com Israel.

Também uma fonte diplomática ligada ao assunto, sob condição de anonimato, adiantou que o Hamas e Israel estão conversando seriamente e que negociam com boa fé sobre um acordo de reféns e de cessar-fogo em Gaza. As delegações de ambas as partes estão na capital do Catar, um dos países mediadores.

A fonte ainda revelou que os últimos esforços e a retomada para um cessar-fogo surgiram ainda após o enviado do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para o Oriente Médio, Steve Witkoff, ter se reunido com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, e depois com Netanyahu. Al Thani também já se encontrou com o chefe da Mossad, David Barnea, em Doha.

Segundo Trump, Netanyahu sabe que ele quer o fim da guerra em Gaza. “Ele sabe que eu quero que acabe”, contou à revista Time.

Enquanto isso, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas aprovou uma nova resolução que pede o fim imediato e incondicional da guerra na Faixa de Gaza. A resolução teve 158 votos a favor. Mas, os Estados Unidos, Israel e mais sete países votaram contra. Apesar de aprovada por larga maioria, a resolução não tem efeitos práticos e vinculativos.

Chefe da diplomacia dos EUA no Oriente Médio

A viagem do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, teve a pauta centrada no novo governo da Síria e se reuniu com o rei Abdullah II da Jordânia. Mas, o chefe da diplomacia norte-americana também discutiu sobre Gaza com o monarca e destacou a necessidade urgente de concluir um cessar-fogo que garanta a libertação de todos os reféns e expressou o seu apreço pela liderança contínua da Jordânia na prestação de assistência humanitária vital aos civis palestinos no enclave.