De acordo com imagens veiculadas na emissora pública "NHK", procuradores japoneses entraram na casa temporária do brasileiro no centro da cidade e o levaram para a sede do Ministério Público.
A prisão ocorreu em meio à investigação de uma nova denúncia contra Ghosn. Ele foi acusado de transferir milhões de dólares para uma distribuidora de veículos da Nissan e Renault em Omã, no Oriente Médio. Segundo as autoridades, Ghosn teria utilizado o dinheiro para adquirir um iate e pagar empréstimos pessoais. A decisão da justiça é considerada rara, porque, de acordo com a NHK, dificilmente uma pessoa é detida depois de ser colocada em liberdade mediante pagamento de fiança.
Com a nova acusação, o executivo enfrenta quatro denúncias de má conduta financeira. Todos os inquéritos estão ligados à declaração de sua renda.
Inicialmente, Ghosn foi acusado de ter subnotificado seus rendimentos e de ter transferido recursos ilegalmente para a Arábia Saudita. Em função do escândalo, o brasileiro foi demitido da presidência da Nissan e da Mitsubishi e renunciou ao comando da Renault - as três montadoras formam uma aliança automotiva. Ele alega inocência e diz ser vítima de "complô" e "traição" por parte dos executivos da Nissan, que planejam mudar os termos da parceria com a Renault.
O executivo brasileiro ficou 108 dias em uma penitenciária de Tóquio, capital do Japão, e precisou desemblosar 1 bilhão de ienes, o equivalente a R$ 33,7 milhões, para ser libertado.
Na ocasião, a Justiça determinou que ele deveria ser submetido a uma série de medidas cautelares, como a vigilância de suas comunicações e de seus deslocamentos.