A Cáritas Internacional e o Vaticano pediram hoje (6) à Organização das Nações Unidas (ONU) uma distribuição equitativa das vacinas e que convoque uma reunião do Conselho de Segurança para "abordar a questão do acesso às vacinas como um problema de segurança global".

A informação foi dada hoje pelo Vaticano News e pela agência Ecclesia.

Em declaração conjunta, o prefeito do Dicastério Vaticano para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e o presidente da Caritas Internacional pedem o direito de vacinação para todos nesta pandemia, sobretudo os mais desfavorecidos.

Os cardeais Luis Antonio Tagle - presidente da Caritas Internacional, e Peter Turkson - prefeito do Dicastério Vaticano, fazem um apelo ao Conselho de Segurança da ONU para que convoque uma reunião extraordinária.

O apelo dirigido às Nações Unidas e à Comunidade Internacional propõe que a dívida dos países pobres seja revista e investida em infraestruturas de saúde pública, e afirma a necessidade de proteger os que estão "mais expostos ao vírus".

"Os pobres, as minorias, os refugiados, os marginalizados são os mais expostos ao vírus. Cuidar deles é uma prioridade moral porque abandoná-los coloca em risco a comunidade global. O nosso bem-estar coletivo depende de como nos importamos com os últimos", afirma um comunicado enviado à Agência Ecclesia.

O documento diz ainda que "no mundo interconectado, as vacinas devem ser disponibilizadas de forma equitativa",sendo lançado um apelo aos políticos para "olharem além dos interesses de suas nações e grupos políticos".

"Abordar a questão das vacinas na perspectiva de uma estratégia nacional estreita pode levar a uma falha moral no atendimento às necessidades dos mais vulneráveis em todo o mundo", destaca o texto.

Os representantes sugerem ainda o envolvimento de "atores locais" no combate à pandemia, especialmente organizações ligadas à Igreja católica que "têm as estruturas básicas e o contato necessário com as pessoas mais vulneráveis, como migrantes, deslocados internos e marginalizados".

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.285.334 mortes, resultantes de mais de 104,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida pelo novo coronavírus, detectado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.