Convertido em herói dos britânicos após arrecadar 30 milhões de libras para a saúde pública em plena pandemia, o veterano militar Thomas Moore completou cem anos nesta quinta-feira (30/4), uma celebração quase transformada em festa nacional.


Na manhã desta quinta-feira, dois aviões da Royal Air Force, geralmente utilizados em atos comemorativos da Segunda Guerra Mundial, voaram em sua homenagem no céu de Bedfordshire, norte de Londres.


Moore, nomeado coronel honorário, acenou emocionado: "lembro-me de quando voavam, não em paz mas com raiva", afirmou à BBC. "Nunca esperaria algo assim em minha vida", acrescentou diante da avalanche de mensagens de felicitações.


"Sei que falo pelo país como um todo ao desejar-lhe um centésimo aniversário muito feliz", afirmou o primeiro-ministro Boris Johnson.


E as honras não acabam aí: seu nome foi dado a um trem de alta velocidade, foi nomeado membro honorário da equipe inglesa de críquete e o serviço de correios carimbou esta semana todas as suas cartas com um timbre especial que lhe deseja "feliz 100º aniversário".


Além disso, o aposentado recebeu mais de 140 mil cartões de todo o mundo, suficientes para cobrir a ampla entrada da escola de seu neto Benjie.


Os remetentes incluem o príncipe William e o capitão da seleção inglesa de futebol Harry Kane, assim como milhares de crianças que lhe enviaram seus desenhos.


Número um do ranking musical
 
Em 6 de abril, "Capitão Tom" se propôs a fazer o desafio de arrecadar mil libras (1.245 dólares, 1.145 euros) para associações vinculadas ao serviço de saúde público britânico NHS.


Estabeleceu o objetivo de correr, com a ajuda de seu andador, cem vezes os 25 metros de seu jardim, para prestar homenagem à equipe de saúde que o curou do câncer e de uma fratura no quadril.


O Guinness lhe concedeu o "recorde mundial da pessoa que sozinha arrecadou mais dinheiro em uma marcha de caridade", homenageando um "homem indomável (...) que merece um lugar nos livros de História".


Mas Tom não parou por aí e buscou um novo meio para arrecadar fundos para os funcionários da saúde.


Junto ao artista britânico Michael Ball e os coros do NHS, interpretou uma versão de "You'll never walk alone" ("Nunca andarás sozinho"), tema de um musical pós-guerra que se tornou um hino dos fãs de futebol e agora símbolo da solidariedade em tempos de pandemia.


A canção ficou em primeiro lugar no ranking britânico de singles.