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Ao chegar do outro lado, porém, foi pego pela polícia de fronteira. Passou seis meses detido em três prisões de imigração. Nesse período, estourou a pandemia de Covid-19.
Em pouco tempo, a emergência sanitária que Paulo acompanhava pela TV se materializou na cela onde ele estava, no Otero County Processing Center, no Novo México. Dos 32 detidos naquela sala no começo de maio, 23 tiveram diagnóstico de coronavírus, incluindo ele e outro brasileiro.
Pelos dados do ICE (departamento de imigração e controle de alfândega dos EUA), até 4 de outubro, 152 detidos ali tinham sido infectado -mais de 10% dos 1.089 que cabem no local.
Segundo Paulo, os cuidados preventivos foram falhos. Com beliches fixadas no chão, era impossível fazer distanciamento social. Máscaras só foram distribuídas dias após os primeiros casos.
A primeira contaminação sintomática em sua cela ocorreu em 1º de maio, quando um imigrante foi retirado passando mal e não voltou mais. Em seguida, um equatoriano teve febre de 40ºC por três dias, sem que nada fosse feito, segundo o brasileiro.
"Tivemos que nos rebelar e fazer greve de fome, pressionando para que o atendessem", conta. O paciente foi para a clínica da prisão, onde passou 17 dias.
Com bronquite e um histórico de três pneumonias, Paulo ficou com medo de que seu pulmão fosse atingido pela Covid-19, mas o único sintoma que manifestou foi dor no peito.
Foi colocado em isolamento em uma das "salas do castigo", como era chamada a solitária. Ficou lá por 12 dias, saindo só 20 minutos para tomar banho.
"Tudo o que eu falar é pouco para descrever o que passei lá", diz. "Não tínhamos acesso a medicamentos, a banho de sol. Os guardas torturam a gente, nos tratam igual cachorro."
Paulo foi deportado em um voo fretado pelo governo americano em 19 de junho, poucos dias depois de o Brasil ter se tornado o segundo país com mais mortes pela Covid-19 no mundo. O primeiro já eram os EUA.
Segundo os dados do ICE, mais de 6.300 imigrantes presos tiveram a doença confirmada -677 eram casos ativos no dia 4 de outubro. Oito morreram, dois deles de setembro para cá. Atualmente, há quase 20 mil detidos sob custódia da agência.
O ICE não informou quantos dos afetados são brasileiros.
A Folha de S.Paulo soube de ao menos seis casos, e três deles aceitaram contar suas histórias.
A agência afirmou que desde o início da pandemia tem protegido detentos e funcionários, com suspensão de visitas, distanciamento em refeições e ocupação dos centros limitada a 70%, com uma redução de 44% do número de presos entre março e agosto.
O comunicado afirma ainda que o ICE "sofreu impacto da pandemia" como outras agências e que os recursos para testagem eram limitados, mas o número de exames "cresceu significativamente" a partir de julho.
Para especialistas, os números divulgados pela agência são subestimados, devido à falta de testes e à não contagem de pessoas que se contaminam nas prisões, mas morrem após serem soltas. Segundo o Vera Institute of Justice, que criou um modelo epidemiológico simulando o comportamento da Covid-19 nesses centros de detenção, em maio o número de infectados podia ser até 15 vezes maior do que o oficial.
De acordo com o International Rescue Committee, a proporção de positivos nos testes feitos pelo ICE de fevereiro a agosto foi de 20%, até três vezes maior do que nos EUA em geral. Em uma prisão na Virgínia, o índice chegou a 80% dos detentos testados em julho.
Desde o início da pandemia, ativistas e especialistas em saúde vêm alertando para o alto risco de que o vírus se espalhasse nessas prisões e pressionando o governo americano a melhorar as condições sanitárias e a liberar os detentos vulneráveis.
Já em março, dois médicos do Departamento de Segurança Interna escreveram uma carta ao Congresso prevendo uma sobrecarga se nada fosse feito. Dias depois, o ICE divulgou o primeiro caso confirmado entre os detentos. Em 6 de maio, anunciou o primeiro a morrer: um salvadorenho de 57 anos.
Alguns casos foram parar na Justiça, como o de um centro na Califórnia que foi obrigado a fazer testes semanais nos presos após um juiz decidir que houve ali "indiferença deliberada ao risco de um surto".
Em maio, a secretária de saúde do estado do Novo México fez um apelo ao governo central, preocupada com os relatos que recebeu da prisão onde o brasileiro Paulo ficou: falta de material de desinfecção, lençóis sem lavar por um mês e impossibilidade de distanciamento social. Ela afirmou que tentou oferecer kits de testes aos diretores, mas não recebeu resposta -o que o ICE nega.
A separação de doentes em solitárias minúsculas, algo que aconteceu com Paulo, foi condenada por organizações de direitos humanos, inclusive por desencorajar outros detentos a relatar sintomas.
O grupo Freedom for Immigrants recebeu mais de uma dezena de relatos, de seis estados diferentes, de infectados colocados em celas destinadas a castigar detentos violentos. Alguns deles, sem banho nem atendimento médico. Um entrevistado contou que, ao voltar do hospital, ainda fraco e sem conseguir nem ficar de pé, foi despejado em uma cela suja e gelada por duas semanas.
A transferência de imigrantes de um centro para o outro também é criticada por especialistas, que afirmam que a prática pode ter contribuído para espalhar o vírus para prisões de todo o país. Segundo o ICE, essas viagens continuaram, em parte, para tirar detentos dos centros lotados para outros mais vazios, favorecendo o distanciamento social.
Evanilson Sousa Gomes, 34, passou por isso. Antes de ser deportado para o Brasil, foi levado em uma van com outros cinco imigrantes do Elizabeth Detention Center, em Nova Jersey, até o aeroporto da Filadélfia. Lá, pegou um voo interno com 24 pessoas até a Louisiana, de onde embarcou para Belo Horizonte. Segundo ele, não houve distanciamento social em nenhum momento da viagem.
Ele estava nos EUA havia oito meses, com a esposa e dois filhos. Foi detido em fevereiro e teve Covid-19 em abril, na prisão. Conta que só foi isolado dos 34 demais integrantes de sua cela dois dias após começar a ter sintomas e que eles só receberam máscaras após pressão de advogados.
Em seu setor, imigrantes da África e da Guatemala adoeceram primeiro. Outro brasileiro que dividia cela com Evanilson se contaminou na mesma semana. Um guarda morreu após ser infectado, segundo ele. "Eles não tomaram os cuidados necessários. Só não morremos porque graças a Deus nossa saúde é boa."
Quem ficava mais grave era solto, afirma. "Não levavam eles para o hospital, simplesmente soltavam na rua."
Evanilson só contou da doença para a mulher depois que saiu. "O que mais me preocupava era minha família. Eu estava lá dentro e não tinha como fazer nada."
Com vômitos, febre alta e convulsões, o brasileiro Laércio também sofreu com a falta de atendimento antes e depois de pegar Covid-19, conta sua esposa. "Ele tinha que usar uma camisa molhada contra a febre", diz Márcia, que aceitou dar entrevista, desde que os nomes dela e do marido fossem trocados. "Só recebeu máscara depois de a gente brigar muito, e até lá usava uma meia no nariz para se proteger."
Segundo seu relato, no meio de uma convulsão, Laércio desmaiou e teve uma lesão no tronco que até agora não melhorou. Ele já vivia nos EUA havia mais de 15 anos e foi detido em fevereiro, após uma infração de trânsito. Ao menos mais dois brasileiros se infectaram na mesma prisão que ele.
Segundo Márcia, após a doença, Laércio teve que ser internado várias vezes com vômitos, desmaios e falta de ar. Numa dessas, após dias sem notícias, conseguiu localizá-lo em um hospital, mas não teve permissão para vê-lo. No dia seguinte, ele foi deportado. Enfrentou 26 horas de viagem, algemado e vomitando durante os voos.
"Ele passou muito mal", diz a esposa. "Ele era um homem saudável antes de entrar naquele inferno. Saiu doente, traumatizado. Quase morreu lá dentro."
Voos de deportados "exportaram" Covid-19 para países latino-americanos Desde outubro do ano passado, 20 voos fretados de deportação chegaram ao Brasil. Quinze deles ocorreram depois de março –enquanto especialistas e governos, incluindo os dos EUA e do Brasil, recomendavam evitar viagens não essenciais nesse período, os voos do ICE continuaram.
A não interrupção pelos EUA das deportações despertou críticas internas e externas. Na Guatemala, o alto índice de Covid-19 entre imigrantes que chegaram nesses aviões fez com o que o governo parasse de receber os voos por um tempo. Na Colômbia, os recém-chegados passam por uma quarentena obrigatória em uma base militar, e exames detectaram a doença em parte deles.
No Brasil, é difícil saber se houve casos porque o controle de passageiros internacionais depois de sua chegada é fraco: viajantes não passam por quarentena obrigatória nem por testes de Covid-19. O que se faz é encaminhar ao posto médico do aeroporto os passageiros que voluntariamente relatam ter algum sintoma.
Nos voos de deportados, ninguém se apresentou com suspeita da doença, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência não mede a temperatura dos passageiros, afirmando que a efetividade da medida é incerta, segundo a literatura científica. Suas recomendações para aeroportos e empresas aéreas incluem reforçar a limpeza e recomendar o uso de máscaras para viajantes e funcionários.
Também não há acompanhamento dos passageiros nos primeiros 14 dias após a chegada, como recomenda a OMS. A reportagem entrevistou deportados que vieram em voos nos dias 6 de março, 15 de maio, 19 de junho e 17 de julho e todos disseram não ter recebido esse tipo de contato. A maioria também não cumpriu quarentena voluntária em casa.
Segundo os depoimentos, os cuidados preventivos nos primeiros voos eram mínimos e foram melhorando com o tempo. Ainda assim, algumas falhas se repetiram em todos eles: por exemplo, a falta de distanciamento entre os passageiros, mesmo quando havia espaço de sobra. Um dos entrevistados disse que não tinha água no banheiro da aeronave.
No dia 1º de julho, o embaixador americano Michael Kozak deu um depoimento a um comitê do Congresso dos EUA incluindo o Brasil entre os países com imigrantes que tiveram Covid-19 depois de desembarcar de voos do ICE.
Segundo ele, dos mais de 37 mil deportados para a América Latina de março até junho, 220 tiveram diagnóstico da doença -mais de 190 deles na Guatemala e os demais na Colômbia, Equador, México, Jamaica, Haiti e Brasil.
De acordo com o CEPR (Center for Economic and Policy Research), que vem acompanhado as "exportações de Covid-19" pelo ICE para outros países, os EUA inicialmente apenas checavam a temperatura dos deportados antes das viagens. Depois de alguns meses, começaram a fazer exames de Covid-19 em alguns deles, mas o próprio ICE reconheceu que só tem capacidade de testar uma amostra dos deportados.
Jake Johnston, pesquisador do CEPR, disse à Folha que já foram confirmados casos de coronavírus em deportados de ao menos nove destinos –México, Colômbia, Jamaica, Haiti, Trinidad e Tobago, El Salvador, Guatemala, Índia e Romênia. "Dado esse cenário, é claro que é provável que deportados com Covid-19 tenham chegado a outros países também. Mas esses países foram mais bem-sucedidos em manter isso em segredo", afirmou.
O destino das aeronaves de deportados no Brasil tem sido o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. Do fim de março ao início de agosto, os voos internacionais estavam suspensos por lá, e os do ICE eram os únicos a desembarcar.
Ao chegar, apesar de exaustos após horas algemados e frustrados por não terem podido viver o "sonho americano", muitos comemoravam ao menos terem deixado para trás as provações que viveram nas prisões para imigrantes.
"Nem se eu te disser você consegue imaginar o que a gente passa lá dentro", diz Camila de Oliveira, 20, que foi pega com a mãe e a tia ao tentar entrar nos EUA e chegou ao Brasil em um voo de deportados em março. "É a pior coisa. Eles te massacram psicologicamente."
Márcia, mulher de Laércio, afirma que o marido está "sem chão" de ter tido que deixar os EUA após mais de uma década. "Mas eu estou mais tranquila porque graças a Deus ele saiu desse sofrimento", diz. "Foi muito humilhante, desgastante, desumano. Eles maltratam muito os imigrantes."-
Esta reportagem foi feita em colaboração com a revista palabra., publicação digital financiada pela Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos dos EUA, e faz parte de uma série patrocinada pelo Fund For Investigative Journalist (fundo para o jornalismo investigativo).
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Ao chegar do outro lado, porém, foi pego pela polícia de fronteira. Passou seis meses detido em três prisões de imigração. Nesse período, estourou a pandemia de Covid-19.
Em pouco tempo, a emergência sanitária que Paulo acompanhava pela TV se materializou na cela onde ele estava, no Otero County Processing Center, no Novo México. Dos 32 detidos naquela sala no começo de maio, 23 tiveram diagnóstico de coronavírus, incluindo ele e outro brasileiro.
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Segundo Paulo, os cuidados preventivos foram falhos. Com beliches fixadas no chão, era impossível fazer distanciamento social. Máscaras só foram distribuídas dias após os primeiros casos.
A primeira contaminação sintomática em sua cela ocorreu em 1º de maio, quando um imigrante foi retirado passando mal e não voltou mais. Em seguida, um equatoriano teve febre de 40ºC por três dias, sem que nada fosse feito, segundo o brasileiro.
"Tivemos que nos rebelar e fazer greve de fome, pressionando para que o atendessem", conta. O paciente foi para a clínica da prisão, onde passou 17 dias.
Com bronquite e um histórico de três pneumonias, Paulo ficou com medo de que seu pulmão fosse atingido pela Covid-19, mas o único sintoma que manifestou foi dor no peito.
Foi colocado em isolamento em uma das "salas do castigo", como era chamada a solitária. Ficou lá por 12 dias, saindo só 20 minutos para tomar banho.
"Tudo o que eu falar é pouco para descrever o que passei lá", diz. "Não tínhamos acesso a medicamentos, a banho de sol. Os guardas torturam a gente, nos tratam igual cachorro."
Paulo foi deportado em um voo fretado pelo governo americano em 19 de junho, poucos dias depois de o Brasil ter se tornado o segundo país com mais mortes pela Covid-19 no mundo. O primeiro já eram os EUA.
Segundo os dados do ICE, mais de 6.300 imigrantes presos tiveram a doença confirmada -677 eram casos ativos no dia 4 de outubro. Oito morreram, dois deles de setembro para cá. Atualmente, há quase 20 mil detidos sob custódia da agência.
O ICE não informou quantos dos afetados são brasileiros.
A Folha de S.Paulo soube de ao menos seis casos, e três deles aceitaram contar suas histórias.
A agência afirmou que desde o início da pandemia tem protegido detentos e funcionários, com suspensão de visitas, distanciamento em refeições e ocupação dos centros limitada a 70%, com uma redução de 44% do número de presos entre março e agosto.
O comunicado afirma ainda que o ICE "sofreu impacto da pandemia" como outras agências e que os recursos para testagem eram limitados, mas o número de exames "cresceu significativamente" a partir de julho.
Para especialistas, os números divulgados pela agência são subestimados, devido à falta de testes e à não contagem de pessoas que se contaminam nas prisões, mas morrem após serem soltas. Segundo o Vera Institute of Justice, que criou um modelo epidemiológico simulando o comportamento da Covid-19 nesses centros de detenção, em maio o número de infectados podia ser até 15 vezes maior do que o oficial.
De acordo com o International Rescue Committee, a proporção de positivos nos testes feitos pelo ICE de fevereiro a agosto foi de 20%, até três vezes maior do que nos EUA em geral. Em uma prisão na Virgínia, o índice chegou a 80% dos detentos testados em julho.
Desde o início da pandemia, ativistas e especialistas em saúde vêm alertando para o alto risco de que o vírus se espalhasse nessas prisões e pressionando o governo americano a melhorar as condições sanitárias e a liberar os detentos vulneráveis.
Já em março, dois médicos do Departamento de Segurança Interna escreveram uma carta ao Congresso prevendo uma sobrecarga se nada fosse feito. Dias depois, o ICE divulgou o primeiro caso confirmado entre os detentos. Em 6 de maio, anunciou o primeiro a morrer: um salvadorenho de 57 anos.
Alguns casos foram parar na Justiça, como o de um centro na Califórnia que foi obrigado a fazer testes semanais nos presos após um juiz decidir que houve ali "indiferença deliberada ao risco de um surto".
Em maio, a secretária de saúde do estado do Novo México fez um apelo ao governo central, preocupada com os relatos que recebeu da prisão onde o brasileiro Paulo ficou: falta de material de desinfecção, lençóis sem lavar por um mês e impossibilidade de distanciamento social. Ela afirmou que tentou oferecer kits de testes aos diretores, mas não recebeu resposta -o que o ICE nega.
A separação de doentes em solitárias minúsculas, algo que aconteceu com Paulo, foi condenada por organizações de direitos humanos, inclusive por desencorajar outros detentos a relatar sintomas.
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Evanilson Sousa Gomes, 34, passou por isso. Antes de ser deportado para o Brasil, foi levado em uma van com outros cinco imigrantes do Elizabeth Detention Center, em Nova Jersey, até o aeroporto da Filadélfia. Lá, pegou um voo interno com 24 pessoas até a Louisiana, de onde embarcou para Belo Horizonte. Segundo ele, não houve distanciamento social em nenhum momento da viagem.
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Segundo Márcia, após a doença, Laércio teve que ser internado várias vezes com vômitos, desmaios e falta de ar. Numa dessas, após dias sem notícias, conseguiu localizá-lo em um hospital, mas não teve permissão para vê-lo. No dia seguinte, ele foi deportado. Enfrentou 26 horas de viagem, algemado e vomitando durante os voos.
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Nos voos de deportados, ninguém se apresentou com suspeita da doença, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência não mede a temperatura dos passageiros, afirmando que a efetividade da medida é incerta, segundo a literatura científica. Suas recomendações para aeroportos e empresas aéreas incluem reforçar a limpeza e recomendar o uso de máscaras para viajantes e funcionários.
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No dia 1º de julho, o embaixador americano Michael Kozak deu um depoimento a um comitê do Congresso dos EUA incluindo o Brasil entre os países com imigrantes que tiveram Covid-19 depois de desembarcar de voos do ICE.
Segundo ele, dos mais de 37 mil deportados para a América Latina de março até junho, 220 tiveram diagnóstico da doença -mais de 190 deles na Guatemala e os demais na Colômbia, Equador, México, Jamaica, Haiti e Brasil.
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Esta reportagem foi feita em colaboração com a revista palabra., publicação digital financiada pela Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos dos EUA, e faz parte de uma série patrocinada pelo Fund For Investigative Journalist (fundo para o jornalismo investigativo).