O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considerou hoje "absurdo e vergonhoso" que a estátua de Winston Churchill tenha sido coberta com tábuas de madeira para evitar ser vandalizada por "manifestantes violentos".

 
Numa série de oito mensagens no Twitter, o primeiro-ministro disse que a estátua da Praça do Parlamento, em Londres, de homenagem ao líder britânico durante a Segunda Guerra Mundial "é uma recordação permanente do seu feito ao salvar este país - e toda a Europa - de uma tirania fascista e racista".

"É absurdo e vergonhoso que este monumento nacional esteja hoje em risco de ser atacado por manifestantes violentos. Sim, ele às vezes expressou opiniões que eram e são inaceitáveis para nós hoje, mas ele foi um herói e merece o memorial", acrescentou Johnson, atacando aqueles que procuram "censurar o nosso passado".

Para o primeiro-ministro, as manifestações do movimento Black Lives Mater, que têm ocorrido e deverão continuar no fim de semana, foram "lamentavelmente apropriados por extremistas com o objetivo de causar violência".

"Os ataques à polícia e os atos indiscriminados de violência que testemunhamos na semana passada são intoleráveis e abomináveis", disse Johnson, apelando às pessoas para não participem nos protestos.

Movimentos de extrema-direita anunciaram a intenção de se concentrar este fim de semana em torno de uma estátua de Winston Churchill, onde a palavra "racista" foi escrita no fim de semana passado durante protestos anti-racistas.

No domingo passado, uma multidão derrubou e atirou para as águas do porto de Bristol a estátua do comerciante de escravos do século XVII Edward Colston, mas o monumento foi recuperado esta manhã pela prefeitura local para que possa ser colocada num museu.  

A união dos municípios de Bournemouth, Christchurch and Poole decidiu na quarta-feira à noite remover temporariamente a estátua do fundador do escotismo, Robert Baden-Powell, após ter sido identificada numa lista de potenciais alvos de manifestantes anti-racismo. 

Os protestos anti-racistas no Reino Unido foram desencadeados pela morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos, em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.