Presidente brasileiro esteve na câmara ardente da abadia de Westminster, onde o corpo da monarca está sendo velado, com Michelle Bolsonaro e o pastor evangélico (Crédito: hip Somodevilla / POOL / AFP)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve neste domingo na câmara ardente da abadia de Westminster, onde ocorre o velório da rainha Elizabeth II. O chefe do Executivo brasileiro estava acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e do pastor Silas Malafaia.

Este foi o primeiro compromisso oficial de Bolsonaro no funeral da monarca. Ainda nesta tarde ele vai assinar o livro de condolências, prestando homenagem à rainha. Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, então, serão recepcionados pela família real britânica às 17h do horário local (13h pelo horário de Brasília).

Discurso eleitoral
Bolsonaro fez um discurso a apoiadores assim que chegou a Londres, na manhã deste domingo. Da sacada da residência do embaixador brasileiro, o candidato à reeleição voltou repetir que ganhará a eleição no primeiro turno. Cerca de 150 apoiadores acompanharam a fala do presidente no local. Bolsonaro está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas Datafolha e Ipec.

— Esse é o sentimento da grande maioria do povo brasileiro. Em qualquer lugar que eu vá, para quem conhece aqui… ontem eu estive no interior de Pernambuco e a aceitação é simplesmente excepcional. Não tem como a gente não ganhar no primeiro turno — disse Bolsonaro.

Em seguida, sua claque grita repetidamente: "Primeiro turno, primeiro turno, primeiro turno".

De acordo com a última pesquisa Datafolha, publicada na quinta-feira, Lula segue na liderança e está 12 pontos à frente de Bolsonaro. O levantamento aponta que o petista tem 45% das intenções de voto, contra 33% do atual chefe do Executivo. Já a última pesquisa Ipec (ex-Ibope), divulgada na última segunda-feira, mostra que Lula está com 46% das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 31%.

As intenções de voto em Bolsonaro cresceram timidamente nos últimos meses, apesar da equipe de campanha tentar diminuir a rejeição do presidente entre mulheres e jovens, que, em sua maioria, declaram voto em Lula. Com cenário apontando vitória do petista — ainda no primeiro turno, segundo alguns levantamentos — integrantes do chamado Centrão vêm articulando uma forma de se aproximar de Lula em 2023, se assumir a Presidência.

Bolsonaro chegou a Londres acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro; do deputado federal Eduardo Bolsonaro; do coordenador de comunicação da campanha à reeleição, Fábio Wajngarten; do pastor Silas Malafaia; do padre Paulo Antônio de Araújo e de um tradutor oficial do presidente. A presença de representantes religiosos foi tida como surpresa porque o Palácio do Planalto, até a noite deste sábado, não sabia informar quem integraria a comitiva presidencial a Londres. No entanto, apenas Bolsonaro e a primeira-dama participarão de eventos oficiais.

'Pesar pela rainha'
O presidente abriu sua fala manifestando "pesar e profundo respeito pela família da rainha e também pelo povo do Reino Unido". E acrescentou que este é o motivo principal de sua visita. Depois, afirmou que a presença de um grupo de apoiadores "representa o que acontece no Brasil".

— O momento que temos pela frente, teremos de decidir o futuro da nossa nação. Sabemos o quem é o outro lado e o que eles querem implantar no nosso Brasil. A nossa bandeira sempre será das cores que temos aqui: verde e amarela — disse.

Bolsonaro também tratou sua chegada à Presidência como "uma missão de Deus". O chefe do Executivo ainda acenou para grupos de apoiadores fieis, como os evangélicos e o agronegócio.

— O nosso Brasil é uma potência no agronegócio e também já marcha para ser uma potência na geração de energia — afirmou. — Com todo respeito aos demais países do mundo: o Brasil é a Terra Prometida. O Brasil é um pedaço do Paraíso. E nós devemos nos orgulhar de termos nascido lá. Pode ter certeza, se essa for a vontade de Deus, continuaremos — acrescentou.

Apoiadores que acompanhavam Bolsonaro próximo à embaixada brasileira em Londres xingaram e hostilizaram os jornalistas brasileiros, e foi gerada uma tensão entre apoiadores e pessoas que vaiavam os profissionais. Depois, na saída do presidente para sua agenda, simpatizantes e pessoas que protestavam contra a destruição do meio ambiente, brasileiros e ingleses, se desentenderam e a polícia britânica fez um cordão de isolamento

As autoridades policiais, então, fizeram um cordão de isolamento para proteger os representantes da imprensa e os manifestantes contrários ao presidente. Eles também pediram que um blogueiro simpatizante parasse de intimidar os profissionais da imprensa que estavam no local.