FRANÇA
 

Nesta terça-feira (30), ainda continua o bloqueio as estradas de acesso às principais cidades francesas pelos agricultores do país. O protesto do setor visa buscar mais apoio e menos restrições ambientais à prática da atividade agrícola, assim como reivindicam o congelamento do acordo comercial que a União Europeia negocia com o bloco do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e a entrada de produtos ucranianos na UE.

Os agricultores da França começaram ontem um bloqueio de oito autoestradas com destino a Paris. O protesto mobiliza cerca de 15 mil policiais que monitoram o ‘cerco’ e impedem a entrada na capital francesa, além de evitar bloqueios aos aeroportos da região parisiense e do mercado de Rungis, o maior do país. 
 
Diante da ameaça de ‘caos’, o primeiro-ministro francês Gabriel Attal se reuniu na segunda-feira à noite com o presidente do principal sindicato agrícola francês, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA), Arnaud Rousseau e também o diretor-geral do sindicato aliado Jovens Agricultores (JA), Arnaud Gaillot, para tentar encontrar uma saída para a crise. Mas, após o fim do encontro nenhum dos participantes se pronunciou.

Attal já afirmou recentemente que serão adotadas novas medidas referentes às exigências da categoria e, segundo a porta-voz do Governo, Prisca Thévenot, elas deverão ser anunciadas ainda hoje na Assembleia Nacional. No entanto, de acordo com o divulgado pelo jornal Le Monde, não são esperados, nesta ocasião, anúncios detalhados e específicos que atendam concretamente as reivindicações dos manifestantes e que uma nova reunião com a FNSEA e os JA está prevista para o final da semana.

A reunião deverá ocorrer depois da participação do presidente francês Emmanuel Macron no próximo Conselho Europeu, marcada para quinta-feira (1), onde se espera que transmita a mensagem dos agricultores franceses e discuta as medidas de apoio para atender as suas reivindicações. 

E apesar do prometido ‘cerco’ de Paris não ter acontecido até o momento, os agricultores asseguram que vão manter ações de protesto na região parisiense e em todo o país, enquanto aguardam pelas “novas medidas”