O senador estadunidense Bernie Sanders defendeu que os Estados Unidos suspendam parcerias, além do apoio financeiro e militar ao Brasil, caso o país seja alvo de um golpe após o resultado do pleito de outubro.

“Se o resultado se desdobrar em algo ilegal, se houver um golpe militar que coloque no lugar um governo ilegal, os EUA têm que deixar isso muito claro: o Brasil, não terá apoio, financeiro ou de qualquer outro modo”, disse Sanders à Folha de S. Paulo.

A declaração do parlamentar decorre do receio da comunidade internacional de que Jair Bolsonaro (PL) tente um golpe caso perca as eleições para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, de acordo com as pesquisas de intenções de voto, lidera a disputa presidencial.  

“O Brasil é a quarta maior democracia do mundo e o maior país da América Latina, é essencial que a democracia continue a existir", ressaltou. Nesta direção, o parlamentar está preparando uma resolução visando estabelecer, com antecedência, um posicionamento do Senado dos EUA contra uma possível tentativa de golpe de Estado por parte de Bolsonaro que deverá ser colocada em votação no início de setembro. 
 
Sanders, que já criticou os arroubos autoritarios de Bolsonaro e elogiou o ex-presidente Lula, destacou que a iniciativa “não é contra ou a favor de Lula, contra ou a favor de Bolsonaro. Só quero garantir que os EUA jamais apoiem um governo ilegal". 

 
Ainda segundo ele, “o candidato que defender a classe trabalhadora, o acesso à saúde, a redução das desigualdades, a criação de empregos com salários dignos, a construção de moradias, o acesso à educação e souber resistir aos poderosos interesses de grandes corporações, não só está fazendo a coisa certa, como está fazendo boa política e vencerá". "É esse o candidato que será eleito", destacou.