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Para complicar ainda mais o cenário, os socialistas acabam de perder o comando da região autônoma dos Açores, que comandaram nos últimos 24 anos. A manobra foi resultado de inesperada –e polêmica– aliança pós-eleitoral feita por partidos de direita, incluindo o ultradireitista Chega.
O desgaste causado pela pandemia já é sentido nas pesquisas de opinião, que mostram a popularidade em queda do primeiro-ministro, António Costa, que tem agora 51% de aprovação. O resultado representa uma diminuição de 12 pontos percentuais em relação a julho, segundo levantamento feito pela Aximage.
Na avaliação de Paula Espírito Santo, professora do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, o desgaste da popularidade do premiê e dos demais partidos com representação parlamentar era esperado.
"A pandemia afeta a popularidade na medida em que obriga o governo a tomar decisões de imposição de restrições de liberdades, e que há uma série de consequências em termos econômicos, como o fechamento de estabelecimentos, pessoas que foram dispensadas e que estão em teletrabalho", afirma.
"Resta saber se são efeitos que conseguem ser ultrapassados num espaço de tempo curto, que não comprometa a eleição na próxima legislatura, daqui a três anos."
Por se tratar de um regime parlamentarista, a possibilidade de queda do governo e da convocação de eleições antecipadas é algo que está sempre no radar das forças políticas portuguesas. Neste momento, porém, forçar a demissão do Executivo não produziria necessariamente ganhos eleitorais imediatos.
A Constituição proíbe que o presidente da República convoque eleições antecipadas durante os seis últimos meses do mandato. O atual mandato presidencial acaba daqui a menos de quatro meses, em 9 de março. O desafio mais urgente da atual gestão é a aprovação das contas para 2021.
Sem maioria absoluta no Parlamento, o premiê recebeu uma longa lista de exigências para ter votos suficientes para aprovar as contas públicas para o próximo ano. Ao todo, foram 1.365 propostas de modificação. Às já esperadas críticas dos partidos de direita, somaram-se também as demandas incisivas das legendas de esquerda.
Parceiros dos socialistas na viabilidade do governo entre 2015 e 2019, em um arranjo que acabou apelidado de geringonça devido à sua aparente fragilidade, o PCP (Partido Comunista Português) e o Bloco de Esquerda (BE) subiram o tom das queixas ao Executivo socialista, exigindo uma série de compromissos para aprovar o orçamento.
Já sinalizando concessões aos antigos parceiros de esquerda, os socialistas enfrentam ainda ofensiva da direita, que tem mirado especialmente as dificuldades econômicas e sociais devido à pandemia.
Às voltas com o repique de Covid-19, Portugal adotou uma série de novas restrições, como a declaração de estado de emergência e a imposição de um toque de recolher –das 23h às 5h nos dias de semana e das 13h às 5h aos sábados e domingos.
As medidas impactaram o setor de comércio e serviços e, principalmente, o setor de restaurantes, que tem grande peso na economia do país. Nas últimas semanas, em várias cidades de Portugal, tem havido protestos de empresários e funcionários contra a falta de apoios estatais. Em Lisboa, no sábado (14), centenas de manifestantes ocuparam o centro da capital desafiando o toque de recolher.
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O desgaste causado pela pandemia já é sentido nas pesquisas de opinião, que mostram a popularidade em queda do primeiro-ministro, António Costa, que tem agora 51% de aprovação. O resultado representa uma diminuição de 12 pontos percentuais em relação a julho, segundo levantamento feito pela Aximage.
Na avaliação de Paula Espírito Santo, professora do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, o desgaste da popularidade do premiê e dos demais partidos com representação parlamentar era esperado.
"A pandemia afeta a popularidade na medida em que obriga o governo a tomar decisões de imposição de restrições de liberdades, e que há uma série de consequências em termos econômicos, como o fechamento de estabelecimentos, pessoas que foram dispensadas e que estão em teletrabalho", afirma.
"Resta saber se são efeitos que conseguem ser ultrapassados num espaço de tempo curto, que não comprometa a eleição na próxima legislatura, daqui a três anos."
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A Constituição proíbe que o presidente da República convoque eleições antecipadas durante os seis últimos meses do mandato. O atual mandato presidencial acaba daqui a menos de quatro meses, em 9 de março. O desafio mais urgente da atual gestão é a aprovação das contas para 2021.
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