array(31) {
["id"]=>
int(109616)
["title"]=>
string(74) "Após massacre de El Paso, latinos residentes revelam que 'vivem com medo'"
["content"]=>
string(5036) "O ataque a tiros que deixou 22 mortos na cidade de El Paso, no Texas, cristalizou o medo com que muitos latinos vivem nos Estados Unidos, que denunciam o racismo alimentado pelo discurso do presidente americano, Donald Trump.
O autor do crime, identificado como Patrick Crusius, um homem branco de 21 anos, dirigiu por nove horas de Dallas para cometer o massacre nesta cidade, onde segundo o censo 83% da população é hispânica e faz fronteira com a localidade de Ciudad Juárez, no México.
De acordo com a imprensa, Crusius denunciou por um manifesto em uma rede social na internet uma "invasão hispânica" no Texas.
"Ele atacou os hispânicos porque sabe como atualmente está nossa situação com nossos representantes políticos", disse à AFP Aleli Fernández. "É triste ver alguém olhar para você, sua família e seus entes queridos como invasores", contou.
Desde que Trump lançou sua campanha à presidência em 2015, em vários discursos disse que os imigrantes mexicanos são "estupradores" que trazem "drogas" e "crime" para os Estados Unidos e, em 2018, denunciou as caravanas vindas da América Central como uma "invasão".
O supermercado onde ocorreu a tragédia é o mais próximo da fronteira e era frequentado por mexicanos que atravessavam a fronteira para comprar eletrodomésticos ou material escolar. Segundo as autoridades do México, oito mortos são cidadãos do país.
"Um homem anglo veio aqui para matar hispânicos", disse o xerife de El Paso, Richard Wiles, após o massacre em, sintonia com o governo mexicano, que condenou os eventos como "um ato terrorista contra inocentes mexicanos".
Fernando García, diretor-executivo da ONG Border Network for Human Rights, com sede em El Paso, denunciou que as comunidades hispânicas e imigrantes tem sofrido nos últimos anos "um ataque sem precedentes" e que há tempos vivem "sob o medo".
"O ataque interrompeu a vida cotidiana de nossas comunidades, especialmente nos últimos dois anos do governo Trump", explicou representante à AFP .
"Havia outro medo muito internalizado sobre como estavam falando sobre nós. Fomos chamados de criminosos, de estupradores, e não imaginávamos as consequências disso. Hoje sabemos", afirmou García.
Também para Angélica Salas, diretora da Coalition for Humane Immigrant Rights (CHIRLA), "a retórica do presidente acendeu as chamas da discórdia no país".
"Veio para nos fazer mal"
"O fato de ele ter decidido vir para cá, para a área mais populosa de El Paso, e provavelmente a mais hispânica, e ter decidido fazer isso, nessa época, é muito difícil de entender", disse Dominique Díaz à AFP, uma mulher de 54 anos que participou de uma vigília no domingo.
Na segunda-feira, Trump disse em um discurso solene que condena o racismo e a ideologia da supremacia branca, mas insistiu que as doenças mentais são a principal causa de assassinatos com armas nos Estados Unidos.
O ex-vice-presidente Joe Biden, favorito entre os pré-candidatos do Partido Democrata para concorrer nas eleições de 2020, escreveu no Twitter que Trump havia usado a presidência para "estimular e encorajar" os supremacistas brancos.
"Você usou palavras como 'infestado' ou 'invasão' para falar sobre seres humanos", disse Biden.
Muitos outros políticos democratas também criticaram a retórica do presidente republicano.
"As palavras têm consequências", disse à emissora MSNBC a congressista originária del El Paso Verónica Escobar.
"O agressor foi à nossa comunidade porque somos uma comunidade hispânica e porque temos imigrantes em nossa comunidade. Ele veio nos prejudicar", disse a legisladora.
Brenda Almanza, que também participou da vigília em El Paso no domingo, disse que, enquanto o presidente foca seu discurso na fronteira e nas comunidades latinas, "ninguém está falando de supremacia branca ou racismo".
"Querem culpar a doença mental, o terrorismo", declarou.
O presidente da Liga dos Congressistas Hispânicos, Joaquin Castro, disse que a linguagem do agressor condiz com a descrição de Trump dos imigrantes hispânicos como "invasores".
O massacre "é um duro recordatório deste tipo de retórica", afirmou.
"
["author"]=>
string(27) " AFP - Agence France-Presse"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(554910)
["filename"]=>
string(11) "latinos.jpg"
["size"]=>
string(5) "95716"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(5) "nova/"
}
["image_caption"]=>
string(127) "Censo 83% da população de El Paso, cidade em que o ataque deixou 22 mortos, é hispânica. Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP."
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(0) ""
["author_slug"]=>
string(24) "afp-agence-france-presse"
["views"]=>
int(178)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(70) "apos-massacre-de-el-paso-latinos-residentes-revelam-que-vivem-com-medo"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(428)
["name"]=>
string(13) "Internacional"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(13) "internacional"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2019-08-06 13:28:14.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2019-08-06 13:28:14.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2019-08-06T13:20:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(16) "nova/latinos.jpg"
}
O ataque a tiros que deixou 22 mortos na cidade de El Paso, no Texas, cristalizou o medo com que muitos latinos vivem nos Estados Unidos, que denunciam o racismo alimentado pelo discurso do presidente americano, Donald Trump.
O autor do crime, identificado como Patrick Crusius, um homem branco de 21 anos, dirigiu por nove horas de Dallas para cometer o massacre nesta cidade, onde segundo o censo 83% da população é hispânica e faz fronteira com a localidade de Ciudad Juárez, no México.
De acordo com a imprensa, Crusius denunciou por um manifesto em uma rede social na internet uma "invasão hispânica" no Texas.
"Ele atacou os hispânicos porque sabe como atualmente está nossa situação com nossos representantes políticos", disse à AFP Aleli Fernández. "É triste ver alguém olhar para você, sua família e seus entes queridos como invasores", contou.
Desde que Trump lançou sua campanha à presidência em 2015, em vários discursos disse que os imigrantes mexicanos são "estupradores" que trazem "drogas" e "crime" para os Estados Unidos e, em 2018, denunciou as caravanas vindas da América Central como uma "invasão".
O supermercado onde ocorreu a tragédia é o mais próximo da fronteira e era frequentado por mexicanos que atravessavam a fronteira para comprar eletrodomésticos ou material escolar. Segundo as autoridades do México, oito mortos são cidadãos do país.
"Um homem anglo veio aqui para matar hispânicos", disse o xerife de El Paso, Richard Wiles, após o massacre em, sintonia com o governo mexicano, que condenou os eventos como "um ato terrorista contra inocentes mexicanos".
Fernando García, diretor-executivo da ONG Border Network for Human Rights, com sede em El Paso, denunciou que as comunidades hispânicas e imigrantes tem sofrido nos últimos anos "um ataque sem precedentes" e que há tempos vivem "sob o medo".
"O ataque interrompeu a vida cotidiana de nossas comunidades, especialmente nos últimos dois anos do governo Trump", explicou representante à AFP .
"Havia outro medo muito internalizado sobre como estavam falando sobre nós. Fomos chamados de criminosos, de estupradores, e não imaginávamos as consequências disso. Hoje sabemos", afirmou García.
Também para Angélica Salas, diretora da Coalition for Humane Immigrant Rights (CHIRLA), "a retórica do presidente acendeu as chamas da discórdia no país".
"Veio para nos fazer mal"
"O fato de ele ter decidido vir para cá, para a área mais populosa de El Paso, e provavelmente a mais hispânica, e ter decidido fazer isso, nessa época, é muito difícil de entender", disse Dominique Díaz à AFP, uma mulher de 54 anos que participou de uma vigília no domingo.
Na segunda-feira, Trump disse em um discurso solene que condena o racismo e a ideologia da supremacia branca, mas insistiu que as doenças mentais são a principal causa de assassinatos com armas nos Estados Unidos.
O ex-vice-presidente Joe Biden, favorito entre os pré-candidatos do Partido Democrata para concorrer nas eleições de 2020, escreveu no Twitter que Trump havia usado a presidência para "estimular e encorajar" os supremacistas brancos.
"Você usou palavras como 'infestado' ou 'invasão' para falar sobre seres humanos", disse Biden.
Muitos outros políticos democratas também criticaram a retórica do presidente republicano.
"As palavras têm consequências", disse à emissora MSNBC a congressista originária del El Paso Verónica Escobar.
"O agressor foi à nossa comunidade porque somos uma comunidade hispânica e porque temos imigrantes em nossa comunidade. Ele veio nos prejudicar", disse a legisladora.
Brenda Almanza, que também participou da vigília em El Paso no domingo, disse que, enquanto o presidente foca seu discurso na fronteira e nas comunidades latinas, "ninguém está falando de supremacia branca ou racismo".
"Querem culpar a doença mental, o terrorismo", declarou.
O presidente da Liga dos Congressistas Hispânicos, Joaquin Castro, disse que a linguagem do agressor condiz com a descrição de Trump dos imigrantes hispânicos como "invasores".
O massacre "é um duro recordatório deste tipo de retórica", afirmou.