Vice-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Qu Dongyu, foi eleito, na manhã deste domingo, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Dongyu recebeu 108 votos do total 191 votos válidos para comandar a entidade até 31 de julho de 2023. A eleição ocorreu durante a 41ª Conferência da FAO, que está sendo realizada em Roma.

O vice-ministro chinês assume o mandato a partir de 1º de agosto, no lugar do brasileiro José Graziano da Silva, que ocupa o cargo desde 2012. Dongyu é biólogo por formação e exerceu longa carreira como pesquisador na Academia Chinesa de Ciências Agrárias.

Além de Qu Dongyu, Catherine Geslain-Lanéelle, ex-diretora do Departamento de Desempenho Econômico e Ambiental de Empreendimentos do Ministério da Agricultura da França, e David Kirvalidze, que foi ministro da Agricultura da Geórgia por dois mandatos, também estavam na disputa. Geslain-Lanéelle recebeu 71 votos e Kirvalidze, que contava com apoio dos Estados Unidos, recebeu 12.

Antes da votação, Dongyu disse que pretende se concentrar na erradicação da fome e da pobreza, no desenvolvimento digital das áreas rurais e no melhor uso da terra através da transformação da produção agrícola. "Trabalharei pelo povo e por todos os agricultores. Por uma FAO dinâmica, por um mundo melhor", disse após ser eleito.

O vice-ministro chinês prometeu também que o seu país seguiria os regulamentos da FAO e que seria imparcial e neutro na diretoria da entidade. Na mesma linha, a delegação chinesa afirmou que o novo diretor-geral vai reformar a FAO em pouco tempo e garantiu que a China vai manter seus compromissos de cooperação mundial em favor do desenvolvimento da agricultura.

A candidatura de Dongyu contava com o apoio oficial do governo brasileiro. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que está em Roma, comemorou a eleição do vice-ministro chinês, em sua conta oficial no Twitter. Em nota oficial, o Ministério da Agricultura destacou que a pauta de Dongyu "é voltada para a facilitação da agenda internacional de países em desenvolvimento e inclusão digital no campo".

Antes da viagem à Roma, Tereza Cristina reforçou que a eleição na FAO aumenta a cooperação entre a China e o Brasil. Segundo a ministra, os dois países têm muitos assuntos para definir dentro da pauta agrícola. Em maio, a ministra liderou missão à China, quando debateu a habilitação de mais frigoríficos brasileiros para exportação de carnes ao mercado chinês.

Orlando Ribeiro, secretário de Relações Internacionais, e Fernando Abreu, representante permanente do Brasil na FAO, acompanharam a comitiva brasileira na cerimônia. Argentina e Uruguai também apoiaram a eleição de Dongyu.

Fonte:otempo.com.br