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Ao menos 19 pessoas morreram neste sábado (27) na repressão das manifestações pró-democracia em Mianmar, em que os militares fizeram uma demonstração de força com um desfile para exibir um grande arsenal na capital, Naypyidaw.
O balanço de pelo menos 19 vítimas fatais é baseado em informações confirmadas pela AFP de nove mortes na região de Mandalay (centro), seis em Yangon, a capital econômica do país, três no estado de Shan (norte) e uma na cidade histórica de Bagan. Mas a imprensa local afirma que o número de óbitos é muito maior neste sábado.
O país está em uma profunda crise desde que os militares derrubaram o governo civil de Aung San Suu Kyi em um golpe em 1º de fevereiro, o que provocou uma grande revolta para pedir o retorno da democracia.
A violenta repressão das forças de segurança no início da manhã frustrou os planos de protestos em várias cidades, coincidindo com o desfile militar organizado por ocasião do Dia das Forças Armadas. Milhares de soldados, tanques, mísseis e helicópteros passaram por uma grande avenida diante dos generais e seus escassos convidados, incluindo as delegações da Rússia e da China, países que não condenaram o golpe.
O líder da junta, o general Min Aung Hlaing, voltou a defender o golpe e citou uma suposta fraude nas eleições de novembro, vencidas pelo partido de Aung San Suu Kyi. Também prometeu ceder o poder após novas eleições. "A democracia que desejamos seria uma democracia indisciplinada se a lei fosse violada e não fosse respeitada", disse.
Morte e caos
A violência explodiu em todo o país na tarde de sábado. Em Yangon, colunas de fumaça eram observadas na antiga capital do país, que se tornou o foco das manifestações nas últimas semanas.
Uma concentração noturna diante de uma delegacia de polícia ao sul da cidade terminou com as mortes de pelo menos seis pessoas. "As condições dão muito medo no momento", afirmou uma testemunha.
Na região centra de Mandalay aconteceram ao menos nove mortes nas últimas horas. Um médico da cidade de Wundwin confirmou o falecimento de dois manifestantes. Um protesto diante da prisão de Insein também provocou cenas caóticas quando os soldados abriram fogo. Ao menos um manifestante morreu, um agente de polícia de 21 anos, Chit Lin Thu, que se uniu ao movimento contra o golpe.
"Estou muito triste, mas ao mesmo tempo estou orgulhoso do meu filho", declarou à AFP o pai do jovem, Joseph.
Também na região central, em Meiktila, dois manifestantes faleceram, um homem de 35 anos e uma adolescente de 14 anos, afirmou à AFP a socorrista Thura Lwin OO.
No estado de Shan, norte do país, a polícia e o exército abriram fogo contra uma concentração de estudantes universitários, afirmaram testemunhas à AFP. Um socorrista confirmou pelo menos três mortes, mas informou que sua equipe não conseguiu retirar os corpos.
Em Nyaung-U, perto de Bagan, famoso local protegido pela Unesco, um guia turístico foi assassinado a tiros durante um protesto.
"Inimigos da democracia"
O Comitê de Representação da Pyidaungsu Hluttaw (CRPH) - um grupo de parlamentares destituídos que trabalham na clandestinidade contra a junta militar - condenou o desfile do exército após sete semanas violentas de repressão.
"Não devemos permitir que os generais militares organizem celebrações depois que mataram nossos irmãos e irmãs", disse o enviado especial do CRPH na ONU, conhecido como Dr. Sasa.
Seu discurso transmitido ao vivo pelo Facebook, que reuniu a diáspora de Mianmar ao redor do mundo, gerou 20 mil respostas. "São os inimigos da democracia", declarou Sasa. "Nunca nos renderemos até conseguir a democracia e até que a liberdade chegue ao nosso povo", acrescentou.
As forças de segurança reprimem cada vez com mais violência as manifestações contra o golpe de Estado, com o uso de gás lacrimogêneo, balas de borracha e munição letal para dispersas os protestos. Uma mensagem oficial exibido pela televisão estatal na sexta-feira advertiu os jovens a não participar no que denomina de "movimento violento" contra o regime militar.
"Aprendam a lição dos que morreram (...) Não morram em vão", afirmava a mensagem. De acordo com uma ONG de defesa dos presos políticos, 320 pessoas morreram na repressão desde o golpe e mais de 3.000 foram detidas.
A brutalidade da repressão provocou condenações internacionais e sanções contra militares poderosos, mas a pressão diplomática teve pouco efeito até o momento. Neste sábado, União Europeia (UE) e Reino Unido condenaram as mortes de "civis desarmados" neste sábado em ações do exército em Mianmar.
"Este 76º Dia das Forças Armadas será recordado como uma jornada de terror e desonra. As mortes de civis desarmados, incluindo crianças, são atos indefensáveis", afirmou a embaixada da UE em Yangon em suas contas no Facebook e Twitter, enquanto o embaixador do Reino Unido declarou em um comunicado que as mortes de sábado "falam por si sós a respeito das prioridades da junta militar".
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O balanço de pelo menos 19 vítimas fatais é baseado em informações confirmadas pela AFP de nove mortes na região de Mandalay (centro), seis em Yangon, a capital econômica do país, três no estado de Shan (norte) e uma na cidade histórica de Bagan. Mas a imprensa local afirma que o número de óbitos é muito maior neste sábado.
O país está em uma profunda crise desde que os militares derrubaram o governo civil de Aung San Suu Kyi em um golpe em 1º de fevereiro, o que provocou uma grande revolta para pedir o retorno da democracia.
A violenta repressão das forças de segurança no início da manhã frustrou os planos de protestos em várias cidades, coincidindo com o desfile militar organizado por ocasião do Dia das Forças Armadas. Milhares de soldados, tanques, mísseis e helicópteros passaram por uma grande avenida diante dos generais e seus escassos convidados, incluindo as delegações da Rússia e da China, países que não condenaram o golpe.
O líder da junta, o general Min Aung Hlaing, voltou a defender o golpe e citou uma suposta fraude nas eleições de novembro, vencidas pelo partido de Aung San Suu Kyi. Também prometeu ceder o poder após novas eleições. "A democracia que desejamos seria uma democracia indisciplinada se a lei fosse violada e não fosse respeitada", disse.
Morte e caos
A violência explodiu em todo o país na tarde de sábado. Em Yangon, colunas de fumaça eram observadas na antiga capital do país, que se tornou o foco das manifestações nas últimas semanas.
Uma concentração noturna diante de uma delegacia de polícia ao sul da cidade terminou com as mortes de pelo menos seis pessoas. "As condições dão muito medo no momento", afirmou uma testemunha.
Na região centra de Mandalay aconteceram ao menos nove mortes nas últimas horas. Um médico da cidade de Wundwin confirmou o falecimento de dois manifestantes. Um protesto diante da prisão de Insein também provocou cenas caóticas quando os soldados abriram fogo. Ao menos um manifestante morreu, um agente de polícia de 21 anos, Chit Lin Thu, que se uniu ao movimento contra o golpe.
"Estou muito triste, mas ao mesmo tempo estou orgulhoso do meu filho", declarou à AFP o pai do jovem, Joseph.
Também na região central, em Meiktila, dois manifestantes faleceram, um homem de 35 anos e uma adolescente de 14 anos, afirmou à AFP a socorrista Thura Lwin OO.
No estado de Shan, norte do país, a polícia e o exército abriram fogo contra uma concentração de estudantes universitários, afirmaram testemunhas à AFP. Um socorrista confirmou pelo menos três mortes, mas informou que sua equipe não conseguiu retirar os corpos.
Em Nyaung-U, perto de Bagan, famoso local protegido pela Unesco, um guia turístico foi assassinado a tiros durante um protesto.
"Inimigos da democracia"
O Comitê de Representação da Pyidaungsu Hluttaw (CRPH) - um grupo de parlamentares destituídos que trabalham na clandestinidade contra a junta militar - condenou o desfile do exército após sete semanas violentas de repressão.
"Não devemos permitir que os generais militares organizem celebrações depois que mataram nossos irmãos e irmãs", disse o enviado especial do CRPH na ONU, conhecido como Dr. Sasa.
Seu discurso transmitido ao vivo pelo Facebook, que reuniu a diáspora de Mianmar ao redor do mundo, gerou 20 mil respostas. "São os inimigos da democracia", declarou Sasa. "Nunca nos renderemos até conseguir a democracia e até que a liberdade chegue ao nosso povo", acrescentou.
As forças de segurança reprimem cada vez com mais violência as manifestações contra o golpe de Estado, com o uso de gás lacrimogêneo, balas de borracha e munição letal para dispersas os protestos. Uma mensagem oficial exibido pela televisão estatal na sexta-feira advertiu os jovens a não participar no que denomina de "movimento violento" contra o regime militar.
"Aprendam a lição dos que morreram (...) Não morram em vão", afirmava a mensagem. De acordo com uma ONG de defesa dos presos políticos, 320 pessoas morreram na repressão desde o golpe e mais de 3.000 foram detidas.
A brutalidade da repressão provocou condenações internacionais e sanções contra militares poderosos, mas a pressão diplomática teve pouco efeito até o momento. Neste sábado, União Europeia (UE) e Reino Unido condenaram as mortes de "civis desarmados" neste sábado em ações do exército em Mianmar.
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