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Berlim reconhece que o massacre dos povos herero e nama pelo Império Alemão, durante a era colonial, foi um genocídio e concorda com o pagamento de indenização ao governo do país africano.
Mais de um século após as atrocidades cometidas na então colônia Sudoeste Africano Alemão, a Alemanha reconheceu nesta sexta-feira (28/05) que os crimes cometidos pelas autoridades coloniais alemãs contra os povos herero e nama são um genocídio.
O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pedirá perdão pelo genocídio, ocorrido entre 1904 e 1908, numa cerimônia no Parlamento da Namíbia, país africano que sucedeu a antiga colônia Sudoeste Africano Alemão.
O ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, mostrou-se satisfeito e agradecido pelo acordo alcançado entre Alemanha e Namíbia depois de mais de cinco anos de negociações.
"À luz da responsabilidade histórica e moral da Alemanha, iremos pedir perdão à Namíbia e aos descendentes das vítimas", declarou. "Como gesto de reconhecimento da dor incomensurável que foi infligida às vítimas, queremos apoiar a Namíbia e os descendentes das vítimas com um programa substancial da ordem de 1,1 bilhão de euros para reconstrução e desenvolvimento."
O comandante, general Lothar von Trotha, ordenou o extermínio
"Vamos chamar os acontecimentos ocorridos na época colonial alemã na atual Namíbia e em especial as atrocidades ocorridas entre o período de 1904 e 1908 sem eufemismos e atenuantes. Vamos chamar esses acontecimentos, agora também oficialmente, como aquilo que eles foram da atual perspectiva: um genocídio", declarou Maas.
A presidência da Namíbia afirmou que o acordo foi "um primeiro passo" no caminho correto. A indenização, a ser paga ao longo de 30 anos, deverá ir para programas de infraestrutura, saúde e educação, segundo o governo do país africano.
A oposição da Namíbia criticou o acordo e afirmou que os descendentes dos povos herero e nama não foram suficientemente contemplados. "Se a Namíbia recebe dinheiro da Alemanha, ele deveria ir para os líderes tradicionais das comunidades atingida e não para o governo", afirmou uma parlamentar da oposição.
Mais grave crime da história colonial alemã
A atual Namíbia foi uma colônia alemã entre 1884 e 1915. Os historiadores estimam que, entre 1904 e 1908, as tropas do imperador alemão Guilherme 2º massacraram aproximadamente 65 mil herero (de um total de cerca de 80 mil) e 10 mil nama (de cerca de 20 mil), depois que ambos os grupos se rebelaram contra o domínio colonial.
O massacre dos herero e nama é o mais grave crime na história colonial da Alemanha. O comandante, general Lothar von Trotha, ordenou o extermínio. Há anos, a ONU reconhece o massacre como o primeiro genocídio do século 20.
O plano sistemático de extermínio de homens, mulheres e crianças incluiu a morte por armas, o bloqueio do acesso à água no deserto e campos de concentração.
Em 2018, a Alemanha devolveu à Namíbia ossadas de vítimas do massacre dos povos herero e nama que estavam guardadas há décadas nos arquivos da Clínica Universitária Charité, em Berlim, entre outros lugares.
Além da Namíbia, Tanzânia e Burundi também exigem reparações por crimes cometidos durante o período colonial alemão.
A Alemanha se tornou potência colonial relativamente tarde, só ocupando solo africano na década de 1880. Sob o chanceler Otto von Bismarck, o Império Alemão estabeleceu colônias nos atuais territórios da Namíbia, Camarões, Togo, partes da Tanzânia e do Quênia.
O imperador Guilherme 2°, coroado em 1888, procurou expandir ainda mais as possessões coloniais através da criação de novas frotas de navios. Tais territórios foram perdidos em seguida, já durante a Primeira Guerra Mundial.
as/cn (EPD, DPA, Reuters, KNA, AFP)
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O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pedirá perdão pelo genocídio, ocorrido entre 1904 e 1908, numa cerimônia no Parlamento da Namíbia, país africano que sucedeu a antiga colônia Sudoeste Africano Alemão.
O ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, mostrou-se satisfeito e agradecido pelo acordo alcançado entre Alemanha e Namíbia depois de mais de cinco anos de negociações.
"À luz da responsabilidade histórica e moral da Alemanha, iremos pedir perdão à Namíbia e aos descendentes das vítimas", declarou. "Como gesto de reconhecimento da dor incomensurável que foi infligida às vítimas, queremos apoiar a Namíbia e os descendentes das vítimas com um programa substancial da ordem de 1,1 bilhão de euros para reconstrução e desenvolvimento."
O comandante, general Lothar von Trotha, ordenou o extermínio
"Vamos chamar os acontecimentos ocorridos na época colonial alemã na atual Namíbia e em especial as atrocidades ocorridas entre o período de 1904 e 1908 sem eufemismos e atenuantes. Vamos chamar esses acontecimentos, agora também oficialmente, como aquilo que eles foram da atual perspectiva: um genocídio", declarou Maas.
A presidência da Namíbia afirmou que o acordo foi "um primeiro passo" no caminho correto. A indenização, a ser paga ao longo de 30 anos, deverá ir para programas de infraestrutura, saúde e educação, segundo o governo do país africano.
A oposição da Namíbia criticou o acordo e afirmou que os descendentes dos povos herero e nama não foram suficientemente contemplados. "Se a Namíbia recebe dinheiro da Alemanha, ele deveria ir para os líderes tradicionais das comunidades atingida e não para o governo", afirmou uma parlamentar da oposição.
Mais grave crime da história colonial alemã
A atual Namíbia foi uma colônia alemã entre 1884 e 1915. Os historiadores estimam que, entre 1904 e 1908, as tropas do imperador alemão Guilherme 2º massacraram aproximadamente 65 mil herero (de um total de cerca de 80 mil) e 10 mil nama (de cerca de 20 mil), depois que ambos os grupos se rebelaram contra o domínio colonial.
O massacre dos herero e nama é o mais grave crime na história colonial da Alemanha. O comandante, general Lothar von Trotha, ordenou o extermínio. Há anos, a ONU reconhece o massacre como o primeiro genocídio do século 20.
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Em 2018, a Alemanha devolveu à Namíbia ossadas de vítimas do massacre dos povos herero e nama que estavam guardadas há décadas nos arquivos da Clínica Universitária Charité, em Berlim, entre outros lugares.
Além da Namíbia, Tanzânia e Burundi também exigem reparações por crimes cometidos durante o período colonial alemão.
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O imperador Guilherme 2°, coroado em 1888, procurou expandir ainda mais as possessões coloniais através da criação de novas frotas de navios. Tais territórios foram perdidos em seguida, já durante a Primeira Guerra Mundial.
as/cn (EPD, DPA, Reuters, KNA, AFP)